A Polícia Civil de São Paulo concluiu na última quarta-feira (29) o inquérito iniciado há quase um ano para investigar alegações de racismo ocorridas durante uma reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, em julho do ano passado.
O delegado João Batista Filogonio, do 52º Distrito Policial, recomendou o indiciamento de Manoel Ramos Evangelista, conhecido como Mané da Carne. Ele é acusado de injúria racial contra os conselheiros Luiz Ricardo Alves e Marcio Moreira de Oliveira, supostamente chamando-os de “neguinho” durante uma discussão.
Profetize na BetNacional! Clique aqui e use o código TUDOSOBREPAULISTA.
O indiciamento indica que a Polícia encontrou provas suficientes para considerar Mané da Carne como responsável pelo crime. Agora, o Ministério Público decidirá se pedirá novas investigações, arquivará o caso ou apresentará denúncia.
Na época do incidente, Mané da Carne negou ter feito comentários racistas, alegando que usou o termo “amiguinho” para se referir ao outro conselheiro. Ao ser convocado pela Polícia para depoimento, ele optou pelo silêncio.
Diversos conselheiros do Corinthians foram ouvidos e confirmaram a versão de que houve ofensa racista.
Por outro lado, Gilmar Aparecido Iglesias Abrami e Jacinto Antonio Ribeiro, conhecido como Jaça, testemunharam em defesa de Mané da Carne, afirmando que não ouviram nenhuma fala discriminatória.
O caso também foi encaminhado ao Conselho de Ética do clube. O órgão já recolheu depoimentos e aguarda para ouvir o acusado.
Figura influente nos bastidores do Corinthians e padrinho político do ex-presidente Andrés Sanchez, Mané da Carne tem tido uma forte presença nas categorias de base do clube por muitos anos.
Em 2022, a conselheira Susy Miranda Sanchez acusou Mané da Carne de ameaça. Anteriormente, em 2021, a conselheira Analu Tomé relatou comentários machistas feitos por Manoel Evangelista em um grupo de WhatsApp dos membros do Conselho, onde ele sugeriu que ela encontrasse “um tanque de roupa para se divertir”.