Conselho do São Paulo avança para impeachment de Casares

O processo que pede o afastamento do presidente Júlio Casares avançou mais um passo na estrutura política do São Paulo. O presidente do Conselho Deliberativo, Olten Ayres de Abreu Júnior, encaminhou o tema ao Conselho Consultivo do clube.

A data sugerida para a discussão no Conselho Consultivo é 12 de janeiro, ainda pendente de confirmação oficial. O órgão é formado por presidentes e ex-presidentes do São Paulo e do próprio Conselho Deliberativo, incluindo o próprio Olten e também Júlio Casares. Apesar do peso político, o grupo não tem poder de veto sobre o processo de impeachment, atuando apenas de forma consultiva.

O encaminhamento ocorre poucos dias antes do prazo final para que Olten convoque a reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, na qual Casares poderá apresentar sua defesa. As acusações que fundamentam o pedido envolvem má gestão orçamentária, venda de jogadores abaixo do valor de mercado e o uso irregular de um camarote do Morumbi em eventos.

O pedido de afastamento foi protocolado no dia 23 de dezembro e reuniu 58 assinaturas, superando o mínimo de 50 necessárias para obrigar o presidente do Conselho a dar andamento ao processo.

Para que o impeachment seja aprovado no Conselho Deliberativo, será necessária maioria qualificada de dois terços dos votos, 171 dos 255 conselheiros. Se atingido esse número, Casares será afastado provisoriamente do cargo.

Em caso de destituição definitiva, o vice-presidente Harry Massis Junior assumirá o comando do clube até a eleição de 2026. No São Paulo, o presidente é escolhido por votação indireta, realizada exclusivamente pelos conselheiros.

A crise política se intensificou em meio a dificuldades financeiras e a uma sequência de episódios que abalaram a gestão. O vazamento de um áudio envolvendo a comercialização irregular de um camarote no Morumbi resultou no afastamento de dirigentes e na abertura de investigações pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. Paralelamente, apurações sobre supostos desvios em negociações de atletas ampliaram a pressão interna e fortaleceram a oposição de Casares.