O Corinthians intensificou os esforços nos bastidores para garantir a liberação da capacidade total da Neo Química Arena a tempo do retorno do Campeonato Brasileiro, previsto para 13 de julho, contra o Red Bull Bragantino. A preocupação surgiu após entrar em vigor a obrigatoriedade do uso de reconhecimento facial em estádios com mais de 20 mil lugares, exigência prevista na Lei Geral do Esporte.
Atualmente, o estádio corintiano não utiliza o sistema de reconhecimento facial. Por isso, dirigentes e funcionários do clube mantêm contato direto com a Polícia Militar e o Ministério Público para encontrar uma solução. O Corinthians apresentou um cronograma para instalar a tecnologia, reforçou seu compromisso com a legislação vigente e já iniciou o cadastramento facial dos sócios-torcedores. Além disso, o clube comprou 145 novas catracas.
Esclarecimentos
Na última segunda-feira, 17, o Corinthians explicou às autoridades que o atraso na instalação decorre, sobretudo, de decisões tomadas pela gestão anterior, além da recente troca no comando do clube, que agora está sob responsabilidade de Osmar Stabile. Apesar dos avanços já realizados, a diretoria reconhece, por ora, que não conseguirá ativar o sistema em todos os setores da arena até a reabertura do Campeonato Brasileiro. Diante disso, o planejamento prevê uma implementação gradual da tecnologia, setor por setor, ao longo de sete partidas.
Embora ainda não exista um posicionamento oficial, as autoridades já comunicaram ao clube que, sem o sistema em pleno funcionamento, a Neo Química Arena poderá receber, no máximo, 20 mil pessoas. Para tentar reverter esse cenário e garantir a capacidade total do estádio, o Corinthians trabalha com duas alternativas principais: conseguir uma extensão de três meses no prazo para a exigência da tecnologia ou, alternativamente, convencer os órgãos competentes de que basta cadastrar o rosto dos torcedores que compram os ingressos, mesmo sem o uso imediato do sistema nas catracas.
Nos bastidores, o clube mantém otimismo em relação à liberação da capacidade total do estádio, mas admite que jogar com público reduzido comprometeria tanto a arrecadação quanto o desempenho da equipe. Para agilizar o processo, a diretoria praticamente dobrou o número de funcionários encarregados de resolver dúvidas e problemas com o cadastro biométrico. Além disso, o clube prepara campanhas de orientação ao torcedor.
A manutenção do gramado durante a paralisação do calendário impediu o Corinthians de realizar eventos-teste, como treinos abertos ou amistosos, que ajudariam a colocar o novo sistema em funcionamento antes da retomada dos jogos.
Entenda o atraso
A Lei Geral do Esporte, sancionada em 14 de junho de 2023, deu aos clubes um prazo de dois anos para adaptar seus estádios ao uso do reconhecimento facial. No caso do Corinthians, o processo foi afetado por divergências internas sobre qual empresa forneceria a tecnologia. Com a saída de Augusto Melo da presidência, a nova diretoria rompeu o contrato com a Bepass e firmou parceria com a Ligatech.
O cadastramento dos sócios já começou e pode ser feito no site oficial do programa Fiel Torcedor: fieltorcedor.com.br/minha-conta/cadastro-incompleto.