Quase dois meses após a votação, a Comissão de Ética do Corinthians oficializou nesta sexta-feira, 30, o afastamento liminar de Romeu Tuma Jr da presidência do Conselho Deliberativo do clube. O conselheiro Mário Mello, relator do caso, assinou o ofício que comunicou a decisão e o encaminhou à secretaria do Conselho.
A medida exige o cumprimento da decisão tomada em 9 de abril, quando a comissão aprovou, por três votos a um, o afastamento preventivo de Tuma. A comissão não divulgou o motivo da demora na formalização do afastamento.
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Reuniões comandadas por Tuma mesmo após votação
Apesar de a comissão ter decidido pelo afastamento há quase dois meses, Tuma manteve suas atividades normalmente como presidente do Conselho e chegou a conduzir reuniões importantes, como a que reprovou as contas de 2024 e a que afastou Augusto Melo da presidência do clube, realizada nesta segunda-feira.
Augusto Melo e o conselheiro Roberto Willian Miguel, o Libanês, apresentaram a denúncia que motivou o afastamento. Os conselheiros Mario Mello Junior, Paulo Juricic e Ronaldo Fernandez Tomé votaram a favor da medida. Rodrigo Vicente Bittar foi o único a votar contra, enquanto Roberson Medeiros, presidente da comissão, se absteve por ser o substituto estatutário de Tuma.
Acusações e defesa
Tuma é acusado de conduzir o Conselho de forma parcial e de comprometer a imagem do Corinthians com declarações públicas. Para a maioria da Comissão de Ética, sua permanência agravaria ainda mais os prejuízos institucionais ao clube.
A defesa de Tuma contesta o processo, alegando que o estatuto do clube não prevê esse tipo de afastamento liminar e que a decisão deveria ter sido tomada pelo plenário do Conselho Deliberativo. Também afirmou que não havia “justa causa” para a medida cautelar.
Próximos passos e possível ação na Justiça
A decisão tem caráter liminar, ou seja, temporário. A Comissão de Ética ainda realizará o julgamento definitivo, e Tuma poderá apresentar nova defesa, com testemunhas e documentos. O plenário do Conselho precisa referendar o afastamento para que ele tenha validade permanente.
A expectativa é que Romeu Tuma Jr ingresse com ação na Justiça comum para tentar reverter a decisão e reassumir o cargo. Ele venceu a eleição no início de 2024 para um mandato de três anos. A equipe de reportagem procurou Tuma, que ainda não se manifestou. A reportagem será atualizada caso ele responda.
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