Foto: Rodrigo Coca/Agência CorinthiansA eliminação precoce do Corinthians na Copa Sul-Americana teve repercussões que vão muito além do campo. Na última terça-feira, 27, a derrota por 1 a 0 para o Huracán, na Argentina, não só selou o fim da campanha internacional do time comandado por Dorival Júnior, como também agravou ainda mais a delicada situação financeira do clube.
Com o resultado, o Timão terminou a fase de grupos na terceira colocação, atrás do próprio Huracán e do América de Cali (COL), ficando fora até mesmo da repescagem, a chamada fase de playoffs, que reunirá os terceiros colocados da Sul-Americana e os eliminados da Libertadores. A classificação poderia render até R$ 50 milhões aos cofres do clube, valor que agora será perdido.
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Essa queda precoce representa um duro golpe para uma instituição que vive uma das piores crises econômicas de sua história. Segundo informações do jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, o Corinthians já atrasou duas parcelas do Profut, programa de refinanciamento de dívidas fiscais para clubes de futebol, e não tem recursos em caixa para quitar a terceira, que soma R$ 3 milhões. “Precisamos nos empenhar para buscar recursos. Não me pergunte como, mas vamos fazer”, declarou o dirigente Augusto Stabile, sinalizando um cenário de incerteza e improviso na condução da situação.
O Corinthians encabeça o ranking de débitos fiscais entre os clubes brasileiros. No balanço de 2024, o clube registrou uma dívida tributária superior a R$ 700 milhões, dos quais R$ 130 milhões estão vinculados ao Profut. Em 2015, o próprio Corinthians aderiu ao programa e parcelou R$ 181 milhões para pagar até 2035.
Se o clube atrasar três parcelas, segundo as regras do Profut, o governo rescinde automaticamente o acordo e inicia a execução da dívida total. Embora nem sempre aplique a medida de forma imediata, a Receita Federal já coloca o Corinthians sob risco de exclusão do programa.
O início de 2025 também trouxe más notícias no caixa: o balanço apontava apenas R$ 12,7 milhões disponíveis, valor insuficiente para fazer frente às obrigações imediatas, muito menos para investimentos em elenco ou infraestrutura.
A eliminação na Sul-Americana também reduz significativamente as chances do Corinthians de se classificar para competições internacionais em 2026, agravando a perspectiva de receitas futuras. Dentro de campo, os desafios seguem. Fora dele, a diretoria terá de encontrar soluções urgentes para evitar um colapso financeiro que pode impactar seriamente o futuro do clube.