Pouco mais de 20 dos 200 sócios-torcedores do São Bento compareceram à reunião do Conselho Deliberativo na segunda-feira (17) para debater a criação do São Bento SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Apesar do baixo quórum, o encontro, realizado no CT Humberto Reale, durou cerca de quatro horas e foi marcado por debates intensos. No entanto, poucos avanços concretos foram registrados.
Base do clube e a possível mudança de gestão
Na primeira parte da reunião, os conselheiros discutiram o futuro imediato do time sub-20. Sem recursos para inscrever a equipe no Campeonato Paulista da categoria, o presidente da Diretoria Executiva, Almir Laurindo, buscou a opinião do conselho sobre uma possível transição da gestão da base para a Flash Forward, empresa que negocia a SAF. A alternativa seria manter a parceria com Kike Andrade e sua empresa Ki-Gol, que há mais de uma década cuida das categorias de base do clube. O conselho optou por seguir com Kike Andrade.
Divisão entre os conselheiros marca debate sobre a SAF
A segunda parte do encontro gerou mais tensão. A negociação com a Flash Forward envolve a venda de 90% do São Bento SAF por R$ 130 milhões, mas até o momento, os investidores não apresentaram garantias financeiras concretas. Enquanto um grupo de conselheiros defende levar a proposta à assembleia geral para votação, outro exige mais transparência antes de qualquer decisão.
“Não posso dizer que houve bate-boca, mas que as temperaturas subiram, subiram. E ficou claro. Tem um grupo que quer passar a SAF pra eles (Zé Roberto, Fransérgio e Everton Ribeiro), mesmo sem garantias, porque o trio teria moral e condições financeiras; e outro grupo mais cauteloso que quer ver as garantias, e não apenas os nomes famosos dos interessados”, relatou um conselheiro que esteve na reunião e preferiu não se identificar.
A única definição prática do encontro foi a inclusão da conselheira Renata Botti na comissão da SAF do Conselho Deliberativo. O debate sobre a transformação do São Bento em SAF, porém, segue sem previsão de desfecho.