O Corinthians enfrenta um momento crítico em sua temporada. Após ser eliminado pelo Racing nas semifinais da Copa Sul-Americana, o clube agora encara a possibilidade de uma segunda eliminação, desta vez de forma indireta: a quase certa ausência na Copa do Brasil de 2025. Com a atual posição no Campeonato Brasileiro – 15º colocado e em uma batalha constante para se manter fora da zona de rebaixamento –, o Timão vê como praticamente inviável a classificação para a Copa do Brasil via Brasileirão, já que precisaria terminar entre os sete primeiros colocados ou garantir uma vaga na Copa Libertadores. Em um campeonato onde a luta do Corinthians é para não ser rebaixado, pensar em Libertadores se torna algo impensável.

Corinthians foi eliminado da Copa do Brasil pelo Flamengo em 2024 nas semifinais. Foto: Miguel Schincariol
A ausência na Copa do Brasil não é apenas uma questão esportiva, mas também financeira. Em 2024, o clube alcançou as semifinais, sendo eliminado pelo Flamengo, o que proporcionou uma visibilidade significativa e um retorno financeiro essencial para o orçamento. Com a quase certeza de não disputar o torneio no próximo ano, o Corinthians pode enfrentar um rombo financeiro que impactará desde a folha de pagamento até a capacidade de investir em reforços para futuras competições.
Grande parte dos questionamentos da torcida e dos especialistas gira em torno do planejamento estratégico da diretoria. Em uma temporada instável, a opção de não disputar a Copa Paulista, que poderia garantir uma vaga alternativa para a Copa do Brasil, é vista como um erro de cálculo. Clubes da Série B, como Mirassol e Botafogo-SP, optaram por montar elencos paralelos para competir na Copa Paulista, abrindo uma via de acesso à competição nacional. O Corinthians, no entanto, decidiu focar apenas nas competições principais, acreditando que teria força suficiente para garantir a classificação de forma tradicional. Agora, a escolha se mostra arriscada, e a ausência na Copa Paulista é interpretada como uma oportunidade desperdiçada.
Com o cenário de 2025 cada vez mais restrito a apenas duas competições – o Campeonato Paulista e o Campeonato Brasileiro –, a torcida corinthiana teme um ano sem Copa do Brasil, o que comprometeria não apenas o calendário, mas também as finanças e a projeção do clube. Esse contexto coloca ainda mais pressão sobre o time, que precisa, acima de tudo, garantir sua permanência na Série A e evitar uma tragédia esportiva que resultaria na disputa da Série B.
A “dupla eliminação” do Corinthians – primeiro na Sul-Americana e, agora, praticamente fora da Copa do Brasil 2025 – expõe a fragilidade do planejamento da temporada. Com uma campanha marcada pela falta de alternativas e pela ausência de uma rota de segurança como a Copa Paulista, o clube paga o preço de uma estratégia arriscada. Resta saber se o Timão conseguirá se recuperar a tempo de evitar um desastre maior e encontrar um caminho mais sólido para a próxima temporada. A diretoria, no entanto, terá que lidar com o peso dessa decisão, que coloca em xeque a visão de longo prazo e a capacidade do clube de sustentar-se em um cenário de alta competitividade.