Depois de quase dois anos e meio à frente do Novorizontino, Eduardo Baptista encerrou seu ciclo no Novorizontino e já se considera preparado para um novo desafio na carreira. Com passagens por gigantes como Palmeiras e Fluminense, o treinador, que iniciou como preparador físico ao lado do pai, Nelsinho Baptista, está há 11 anos trilhando seu caminho solo no futebol.
Durante entrevista ao ge, Eduardo fez um balanço de sua passagem pelo Tigre do Vale — onde se tornou o quarto técnico mais longevo do país — e comentou sobre seu momento atual, planos futuros e o impacto da presença estrangeira no futebol brasileiro.
Baptista destacou pontos positivos e negativos da “invasão” de técnicos de fora do país. Para ele, há uma valorização do profissionalismo, mas também uma limitação ao espaço dos treinadores brasileiros.
“É positivo o que eles trazem em termos de disciplina e profissionalismo. Acabou aquele jogador boleiro, acima do peso, que não corre. Hoje temos atletas mais intensos, com outro nível físico. Mas também vejo que, com tantos auxiliares estrangeiros vindo juntos, acabamos freando o crescimento de uma nova geração de técnicos brasileiros”, afirmou.
O treinador defende que competência deve estar acima da nacionalidade na hora da contratação e criticou a exigência desproporcional colocada sobre os brasileiros:
“Hoje, para um treinador brasileiro chegar a um grande clube, ele precisa conquistar títulos. Enquanto isso, vemos estrangeiros sem títulos assumindo grandes equipes só pela nacionalidade”.
Baptista também elogiou a forma como os técnicos de fora respeitam hierarquias dentro dos clubes, citando exemplos como a reserva de Gabigol no Cruzeiro:
“Na cultura de fora, o clube está acima de tudo. Presidente, treinador e só depois o jogador. Aqui, muitas vezes a pirâmide se inverte”.
Agora, aos 53 anos, Eduardo quer seguir adiante, mas com cautela. A ideia é evitar “clubes aventureiros” e escolher bem seu próximo destino.
“Acabou meu período de descanso. Estou pronto, mas quero fazer uma escolha consciente. Tive um trabalho emblemático no Novorizontino e quero um novo projeto com possibilidade de desenvolver algo autoral, como consegui fazer lá”, declarou.
