O Santos apresentou o volante Willian Arão nesta sexta-feira. Um dos dois reforços já contratados para a sequência da temporada, o jogador de 33 anos assinou contrato até 31 de dezembro de 2026, com cláusula de renovação automática por mais uma temporada. A apresentação foi feita pelo ídolo Clodoaldo. Arão vestirá a camisa 15 no Peixe.
O volante afirmou não precisar de uma readaptação ao futebol brasileiro, mas destacou que precisará de tempo para recuperar o ritmo de jogo, pois estava parado há quase dois meses:
“Acho que readaptação não. Eu preciso de tempo. Fazia três anos que não tirava férias. Tive recessos desde quando saí do Flamengo de 10 dias. Agora foi a primeira vez que tirei férias. Eu descansei porque precisava. Agora é questão de recondicionamento. Pegar ritmo de treinamento, conhecer os companheiros. Aí estarei pronto para ajudar o Santos.”
Quando questionado sobre a posição em que atuará, Arão disse preferir jogar como primeiro volante, mas se colocou à disposição do técnico Cleber Xavier para atuar onde for necessário, inclusive como zagueiro:
“Sou primeiro volante. Acho que é onde tenho meu melhor desempenho. Mas estou aqui para ajudar o Santos. Se ele quiser me colocar de zagueiro, lateral-direito ou atacante, vou dar o meu melhor e ajudar o Santos da melhor forma possível.”
Arão também se considera um jogador melhor após sua passagem pelo futebol europeu, na Turquia e na Grécia:
“Somos seres humanos e estamos em constante evolução. Sou um jogador melhor do que aquele que saiu, mas tenho que provar, não só falar. Sou um jogador que, se Deus quiser, continuará sem lesão. Um jogador que joga todos os jogos, que se dedica ao máximo. Que foi campeão como zagueiro, como volante. Com regularidade boa no desempenho. Uma pessoa que vai se dedicar ao máximo, que vai se empenhar 100% e não vai medir esforços para defender essa camisa.”
Ele destacou que seu conhecimento tático melhorou na Europa, e agora precisa se adaptar ao estilo e exigências do treinador: “Taticamente sigo igual. Minha passagem na Europa acrescentou ao meu conhecimento de jogo, tático. Agora me enquadrar no que o treinador pede para fazer, conhecer os movimentos que ele pede, porque muda de treinador para treinador. Conhecer meus companheiros, me adaptar as características de cada um. Tentar ajudar com a minha experiência e com minhas características também.”
Arão explicou sua escolha pelo Santos, destacando o tamanho e a história do clube, além do projeto de reestruturação:
“A resposta é porque é um time grandíssimo, de história riquíssima. Me mostrou um projeto ambicioso de reestruturação e quis fazer parte desse processo. Recebi diversas ofertas do Brasil e de fora também. Junto com meus empresários e com minha família, com minha esposa achamos que era a melhor opção.”
Sobre a possível influência de Neymar na decisão de vir ao Santos, o volante foi direto:
“Claro que pesa um pouco a decisão de vir, mas não tem influência grande, não. Ele é um grande jogador, craque, mas venho para jogar no Santos e com o Neymar. Se por acaso ele sair amanhã, a decisão não foi por conta dele. Espero que a gente possa jogar juntos muito tempo e conquistar títulos com a camisa do Santos. É o meu desejo.”
Arão admitiu que não está no seu melhor momento físico ainda, já que esteve quase dois meses sem treinar, mas afirmou estar pronto para atuar quando o treinador solicitar:
“Eu não fujo da raia, não. Se falar que estou no meu melhor momento, vou estar mentindo. Meu último jogo foi em 11 de maio. São quase dois meses sem treinar. Estava treinando em casa, mas estava três anos sem férias. Tive uma longa pausa para poder descansar. Nós trabalhamos com o corpo e sempre temos uma dor aqui ou ali que precisamos para recuperar. Preciso voltar, ter ritmo no campo, de jogo. Se o professor Cleber falar que precisa, vou estar pronto. Não vou me esconder.”
Sobre a influência que pretende exercer nos garotos da base, Arão acredita que o melhor caminho é pelo exemplo:
“Com exemplo. O melhor jeito de influenciar pessoas não é falando, é com exemplo. Mostrar no dia a dia que estou para trabalhar, que estou pronto. Eles vão ver que o Willian está fazendo e ser influenciados positivamente. E depois conversando. Entender o que cada um precisa e onde eu posso ajudar, se eles me derem abertura. É uma via de mão dupla. Já tive oportunidade de conversar com alguns garotos, de passar um pouco da experiência que tive lá fora, dar opiniões para eles. Mas parte do Willian e dos meninos também. Mas a melhor influência é o exemplo. Se eu me dedicar e fizer tudo no dia a dia, eles vão ver e se dedicar também.”
Sobre as metas do Santos no Brasileirão, Arão disse que o foco é jogo a jogo e que o time quer retornar ao lugar de destaque que o clube merece: “Eu cheguei tem dois dias. Essas conversas não tive com companheiros. Estamos em uma pré-temporada tentando melhorar e fazer com que o time jogue melhor e se enquadre no que o treinador pede. O Santos é um time que sempre brigou por título. O lugar não é estar na 15ª colocação. Na história recente não ganhou, mas em 2016 e 2019 foi vice-campeão, sempre esteve perto. O que eu penso e que os jogadores pensam é no próximo jogo.”
Ele ressaltou que não promete títulos, mas que o foco é sempre no próximo desafio: “Não conseguimos prometer nada ao torcedor até dezembro. Chegar e falar que dezembro seremos campeões. Existe muita coisa para acontecer até lá. Uma série de intercorrências, lesões, contratações. Uma série de coisas. Nosso foco é o próximo jogo. Trabalhar e ganhar os três pontos. Assim vamos passo a passo, sem pular etapas, pular adversários. O mesmo três pontos do próximo jogo, valerá os mesmos três pontos que contra o Vitória, Ceará. Temos que pensar nos próximos três pontos e ir caminhando.”