A goleira Kelly Chiavaro oficializou, nesta quarta-feira (22), o fim de sua passagem pelo Santos. Agora ex-Sereia da Vila, a jogadora utilizou suas redes sociais para fazer um desabafo, expondo sua insatisfação com a maneira como sua saída foi conduzida e denunciando episódios de abuso moral e psicológico vivenciados no clube.
Aos 28 anos, a goleira tinha vínculo com o Peixe até o fim de 2025, no entanto teve seu contrato rescindido. Segundo a atleta, a decisão partiu da coordenadora de futebol feminino, Thaís Picarte, por motivos que ela classifica como pessoais, sem justificativas profissionais.
“Hoje chega ao fim a minha passagem pelas Sereias da Vila Gostaria de poder dizer que tudo foi positivo e repleto de felicidade, mas, infelizmente, não foi o caso. Houve momentos marcantes pelos quais sou grata. No entanto, os últimos meses deixaram um gosto bastante amargo nessa trajetória”, iniciou em postagem.
Na sequência, Kelly lamentou as injustiças e maus-tratos que presenciou e sofreu durante sua passagem no Santos.
“Muitas pessoas preferem o silêncio e evitam se manifestar diante de injustiças e maus-tratos, temendo prejudicar sua reputação’. No entanto, ao agir da mesma forma, estaria contribuindo para a continuidade dessas injustiças, o que não condiz com quem sou e sempre fui. Além disso, se eu não me defender, quem o fará?”, continuou.
A goleira afirmou ter dado o melhor de si ao clube, mas destacou a forma desrespeitosa com que foi tratada durante o processo de desligamento.
“Posso afirmar com confiança que me dediquei completamente ao clube, entregando o meu melhor todos os dias. Trabalhei duro, evoluí significativamente e apresentei um desempenho consistente ao longo do ano. No entanto, para minha total surpresa, durante as férias, fui informada de que a coordenadora de futebol feminino decidiu “se livrar” de mim por motivos pessoais, sem qualquer justificativa profissional. Em termos diretos, fui tratada como um dano colateral em uma situação que não dizia respeito a mim. É importante lembrar que, além de atletas, somos também seres humanos.”
Kelly também revelou ter vivenciado episódios graves de assédio moral e psicológico durante o período em que defendeu as Sereias da Vila.
“No último ano, presenciei episódios de agressão verbal, abuso psicológico, abuso moral e um evidente abuso de poder. Esses problemas são de conhecimento das pessoas envolvidas e da própria instituição, mas, nenhuma medida foi tomada. Infelizmente, isso indica que este ano pode seguir o mesmo padrão”, revelou a goleira.
Desde que chegou ao Santos, em janeiro de 2024, Kelly disputou 12 partidas pela equipe. Em sua despedida, ela também fez questão de agradecer aos torcedores e às amizades que construiu no clube.
“Por fim, sempre se diz que ‘nossa maior competição é com nós mesmos, e somos nossos maiores adversários’. No entanto, essa não foi a realidade que enfrentei. Por outro lado, tive o privilégio de conhecer pessoas incríveis no último ano. Sou grata pelas amizades construídas, que levarei para toda a vida. Agradeço também aos torcedores pelo apoio incondicional.”