O ex-jogador Marco Antônio, com passagens marcantes por clubes como Portuguesa, São Paulo, Grêmio e Figueirense, concedeu uma entrevista exclusiva ao canal do YouTube do Tudo Sobre Paulista. Hoje, ele se reinventa fora das quatro linhas, atuando como mentor de atletas da Portuguesa. Em uma conversa reveladora, Marco compartilhou os caminhos que o levaram da aposentadoria precoce à nova missão de formar campeões — dentro e fora de campo.
“Eu parei no fim de 2018, estava com 34 anos jogando lá no Figueirense, encerrei a carreira lá. Tive alguns problemas pessoais aqui em São Paulo, familiares. Acabei perdendo o meu cunhado, faleceu jovem e marido da minha irmã do meio”, contou o ex-atleta. A decisão de deixar os gramados foi o resultado de uma somatória de fatores pessoais e físicos. “Eu em 2018 descobri algumas hérnias de disco nas costas e aí fiquei um tempo parado. Então, uma somatória de situações que me fizeram parar a carreira, interromper a carreira e me aposentar relativamente cedo pela idade. E aí saí do futebol completamente.”
Mesmo com convites para seguir na área técnica e na representação de atletas, Marco recusou. Não se via naquelas funções.
“Tive convite para ser auxiliar técnico. Não quis. Tive convite para ser empresário. Eu acho que não levava jeito para isso, não gostava dessa função de negociação.” Eu fiquei praticamente seis anos, fui para o ramo de logística e transporte. Montei uma empresa para atender o e-commerce.”
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O novo rumo começou quase por acaso, em uma reunião com o mentor Eduardo Rachidi. “Quando eu cheguei na reunião, ele falou, pô, por que eu nunca pensei em você? A gente faz mentoria corporativa para algumas empresas. Sempre os caras pedem algum ex-atleta para falar sobre a rotina de atleta, como é.” A partir dali, nasceu uma paixão pela gestão emocional e comportamental no esporte.
Despertar para a nova área
“Despertou em mim esse desejo de me aprofundar nessas partes mentais, nessa estrutura de gestão comportamental, emocional, postural de um atleta dentro de um clube e suas famílias”, explicou Marco. Com o apoio da empresa Manacá, criou um projeto para transformar atletas em campeões.
O novo trabalho começou a ganhar corpo. “Um empresário aqui de São Paulo, da OTG, o Rodrigo Ortega, me convidou para uma reunião… Aí alguns pais de atletas começaram a me procurar. E eu comecei a fazer essas mentorias.” O modelo de trabalho segue a linha que o próprio Marco encontrou para se cuidar: sessões online, com foco em autoconhecimento.
Com a vivência de quem foi capitão e já enfrentou a pressão da titularidade, Marco viu sentido em compartilhar ferramentas mentais com atletas. “E aí eu queria replicar isso dentro do cenário do esporte. E aí eu comecei.”
A volta à Portuguesa aconteceu de forma natural. Após uma palestra motivacional no clube, recebeu o convite oficial. “A gente sentou para uma reunião, tomar um café, ele queria entender o que eu estava fazendo da vida… Ele falou, pô, eu quero isso aqui dentro do clube.”
Desde então, tem atuado como mentor da equipe profissional. Trabalha diretamente com atletas que buscam mais do que rendimento: querem equilíbrio e confiança. “Tenho me aprofundado bastante nesses temas para poder levar bastante conteúdo para esses atletas e destravar muitas vezes na cabeça deles expectativas, frustrações, medo de arriscar, receio de perder a posição…”
Com base na própria trajetória, ele oferece suporte emocional, psicológico e estratégico. “Hoje eu consigo entender o que ele está sentindo e trazer ferramentas mentais para que ele possa lidar de uma forma melhor. E como eu sempre falo, extrair o melhor dele de acordo com a essência e a identidade que ele tem.”
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