Com o jogo decisivo da final do Campeonato Paulista Sub-20 acontecendo hoje (14) entre Novorizontino e São Paulo, entrevistamos o treinador do Tigre, Rafael Stucchi. O jovem técnico falou sobre o ano incrível da equipe na categoria e a ascensão do clube no geral, as dificuldades do calendário e muito mais. A bola rola no estádio Novelli Júnior, em Itu, às 19h, com o placar de 1 a 1 no jogo de ida em Novo Horizonte.
Nosso Gabriel Turolla parabenizou o comandante pela brilhante campanha e perguntou se o clube precisa da conquista para “confirmar” o valor do ano de 2024:
Cara, acredito que sim. Era nosso desejo poder figurar entre os grandes, até pela estrutura que nós temos, pelo que o clube oferece, pelas ideias do clube. Então, acho que esse foi o credenciamento. É claro que nós queremos que o título nos credencie, porque nós sabemos o quanto é importante ser campeão. O quanto isso é importante para qualquer marca que seja, né, cara? Então, acho que o título nos dá esse maior credenciamento, mas acho que essa… Nosso presidente sempre fala, não é chegar uma ou duas vezes, mas é chegar todo ano, ter esse equilíbrio no trabalho, sempre estar figurando lá entre os grandes. Os grandes são grandes porque eles chegam a todos os momentos, e há muitos anos, então por isso que eles se tornaram grandes. E nós, se quisermos figurar entre eles, nós temos que ter essa manutenção, sempre estar entre os quatro, sempre estar brigando para ser campeão.
E de fato o aurinegro vem crescendo de desempenho. Nos últimos três anos, chegou pelo menos nas oitavas de final da Copinha, atingindo a semifinal em 2024. No Paulistão Sub-20, o time figurou entre os quatro melhores no ano passado e chega numa final inédita agora com chances reais de título contra o São Paulo. Quando o clube ainda se chamava GE Novorizontino, foi bicampeão, em 1988 e 1994.
Por chegar na decisão do torneio, o Tigre adquiriu uma vaga na Copa do Brasil sub-20 do ano que vem, competição que conta com apenas 32 equipes. Os dois finalistas representarão o estado na competição. Turolla perguntou a importância da participação no torneio e um maior calendário:
Cara, a vaga da Copa do Brasil é muito importante por ser um cenário nacional. Infelizmente, no Brasil ainda não tem esses outros clubes que não estão na Série A. Não tem a oportunidade, numa categoria já sub-20, de jogar um nacional. Então, acho que isso é uma crítica que eu sempre faço. A falta de campeonato, a falta de jogos, nós estamos… Para você ter ideia da diferença, nós fechamos ali a temporada, sempre quando nós fechamos uma temporada, o máximo que nós conseguimos atingir são 30 jogos. E se você fizer um comparativo com Palmeiras e São Paulo, que são nossos rivais, eles chegam a cinquenta, sessenta jogos no ano. Então, a Copa no Brasil nos dá essa oportunidade de ter mais jogos, de ter mais jogos de níveis. Todos que trabalham com formação de atletas sabem o quanto é importante não só jogar, mas jogar diante de grandes desafios.
Realmente, Stucchi não exagerou nos números. Nesta temporada, enquanto o elenco Sub-20 do Novorizontino disputou 35 partidas, o rival São Paulo já fez 57, e ainda joga a semifinal da Copa do Brasil contra o Bahia, podendo atingir 62 jogos no ano.
A luta dos menores
Lembrou também a dificuldade que as equipes do interior tem em manter os seus atletas após campanhas de destaque. É fato que qualquer jogador que chame atenção nos “menores” provavelmente vai para algum dos grandes do estado na sequência. Comentou:
E querendo ou não, quem fornece jogadores para os clubes maiores são os clubes menores. Eu acho que teria que ter um olhar maior para nós, para poder potencializar esses atletas. Em relação ao ano que vem, nós não sabemos, nós vamos sempre trabalhar e construir as equipes para estar buscando título, mas nós não sabemos o quanto de jogador fica, o quanto sobe para o profissional, o quanto de jogador é vendido, e nós tivemos, temos que agradecer muito esse ano por estar nessa final, porque foi um ano totalmente atípico ali no sub-20, assim, o time faz uma Copa São Paulo e desmonta totalmente, né? São três remanescentes, o João Escapinho, o goleiro, o Dantas, que só jogou essa fase final, ele é um jogador que já tá no profissional, e o Romário. Os outros, a grande maioria aí, setenta, oitenta por cento do elenco chegou esse ano, então pra nós também foi uma surpresa, né?
Por último, Stucchi deu suas impressões sobre a troca do local do jogo, do MorumBIS para o Novelli Júnior, em Itu. Reconheceu que é mais fácil jogar lá do que na verdadeira casa do Tricolor:
Cara, eu acredito que… Pensando na experiência da Copa São Paulo, quando nós enfrentamos o Corinthians na Arena, o quão dificultoso foi para nós, a pressão da torcida, o gramado diferente e assim as influências externas né que teve nesse jogo. Todo aquele estádio né, então para os meninos e até para nós a comissão né foi algo muito diferente. Você tá no estádio, onde você só viu na TV e daí você tá podendo jogar nele com trinta e cinco mil pessoas… acho que ele foi um choque muito grande para nós, mas uma grande experiência. Independente do resultado ou não, se fosse para escolher, eu gostaria de jogar lá de novo. E nessa final, essa troca desse mando, eu acredito que nos ajuda nesses aspectos externos. Menor presença de torcida, menor impacto sobre o estádio. Se entrar no Morumbi deve ser algo surreal para fazer um jogo. Um estádio… com grandes histórias, um estádio gigante, um templo do futebol brasileiro. Então isso, querendo ou não, para quem nunca entrou, gera um impacto muito grande.
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