Ferroviária denuncia assédio sofrido por funcionária em partida do Brasileirão Feminino

Por: Beatriz Quintino
2 anos atrás em 21 de março de 2024
Cárila Covas/Ferroviária SAF


Na manhã desta quinta-feira (21), a Ferroviária, através de suas redes sociais, emitiu uma nota de repúdio contra o assédio sofrido pela Coordenadora do Departamento Médico e Fisioterapeuta, Ariane Patricia Falavinia dos Santos.


O caso teria acontecido na quarta-feira (20) na partida entre Ferroviária e Real Brasília, no Estádio Ciro Machado (Defelê), em Brasília, pela segunda rodada do Brasileirão Feminino.


De acordo com a nota, o episódio ocorreu no momento em que a fisioterapeuta se deslocava dentro do campo. Ao entrar em campo para realizar o atendimento médico da goleira Luciana, membros uniformizados, porém não identificados do time adversário, começaram a fazer comentários indesejados sobre o aspecto físico da fisioterapeuta, constrangendo a profissional e em total desrespeito às mulheres. 


Ao final da partida, a própria Ariane e uma atleta que presenciou os insultos fizeram uma denúncia para a arbitragem. 


— Ao final da partida, com toda equipe de arbitragem no vestiário, a fisioterapeuta da equipe da Ferroviária SAF, a sra. Ariane Patrícia Falavinia dos Santos, relatou que, no final do segundo tempo, quando a mesma entrou em campo para atendimento médico de sua goleira, ouviu de membros uniformizados, porém não identificados, da equipe do Real Brasília Futebol Clube Ltda. as seguintes palavras: “Pode mandar ela vir para cá, ela é gostosa”. Informo que ninguém da equipe de arbitragem presenciou o fato relatado — informou o relato da árbitra Luciana Leite na súmula da partida.


O clube se solidarizou com Ariane e ressaltou o compromisso com o respeito e a segurança dos profissionais do clube e do Futebol Feminino.


Assim, a nota também destaca a importância da colaboração entre clubes, federações e autoridades de segurança e imprensa para que sejam adotadas medidas efetivas a fim de prevenir e coibir novos episódios de violência.




 


Confira a nota na íntegra:

 


“A Ferroviária S.A.F. manifesta veementemente seu repúdio ao assédio sofrido pela Coordenadora do Departamento Médico e Fisioterapeuta, Ariane Patricia Falavinia dos Santos, durante o jogo entre Real Brasília e Ferroviária, pela segunda rodada do Brasileirão Feminino, no Estádio Ciro Machado (Defelê), em Brasília-DF, na última terça-feira (19). É inaceitável que uma profissional em seu ambiente de trabalho seja alvo de violência por exercer suas funções.


O episódio ocorreu no momento em que a fisioterapeuta se deslocava dentro do campo e quando se aproximou do grupo, membros uniformizados, porém não identificados do time adversário, começaram a fazer comentários indesejados sobre suas características físicas, constrangendo a profissional e em total desrespeito às mulheres. A denúncia foi feita para a arbitragem pela própria Ariane e uma atleta que ouviu os insultos.


O clube tem como símbolo a ‘Guerreira Grená’ e seu escudo, que representam a luta contra a desigualdade, violência, racismo e repressão à todas as mulheres brasileiras. Nos solidarizamos a Ariane (Nani), e reiteramos nosso compromisso com a segurança e o respeito aos profissionais do clube e do Futebol Feminino, cujo trabalho é fundamental para o desenvolvimento e a promoção da modalidade.


Ressaltamos a importância da colaboração entre clubes, federações, autoridades de segurança e imprensa para que sejam adotadas medidas efetivas a fim de prevenir e coibir episódios de violência. Repudiamos qualquer forma de agressão e apelamos para que as autoridades responsáveis tomem as devidas providências para identificar e punir de acordo com a lei.


Reiteramos ainda a importância de denunciar situações de assédio, importunação ou violência sofridas em qualquer ambiente, pois é através de denúncias que se torna possível coibir tais atos.


NÃO PARA POR AÍ…

O caso ocorreu no mesmo dia que foi publicada uma matéria com dados e relatos de assédio no futebol feminino, no site GE, pela jornalista Camila Alves.


A Ferroviária tem como responsabilidade assegurar a saúde física e mental de suas profissionais. Basta para o assédio.”