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FRANCA: RAIO-X DO GRUPO 13 DA COPINHA 2026

“Como chegam Francana, Cruzeiro, Barra-SC e Esporte Patos à Copinha 2026”

Por: Thiago Barbalho
6 dias atrás em 5 de dezembro de 2025
Criativo: Tudo Sobre Paulista

O Grupo 13 da Copa São Paulo de Futebol Júnior reúne quatro equipes de perfis contrastantes que prometem uma primeira fase com diferentes camadas de competitividade. Francana, Cruzeiro, Barra-SC e Esporte de Patos formam uma chave marcada pela mistura entre tradição, projetos de base em estágios distintos e realidades logísticas bastante diversas. A sede das partidas será a cidade de Franca, no Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho, o Lanchão, um dos estádios históricos do interior paulista, conhecido por ser o eixo esportivo da cidade e pela forte relação com a sociedade francana.

O grupo coloca frente a frente uma potência nacional do trabalho de base — o Cruzeiro — contra três projetos de menor visibilidade nacional, porém com características particulares. O fator sede da Francana, o longo deslocamento enfrentado por Barra-SC e Esporte de Patos, além da força técnica do Cruzeiro, desenham um cenário de hierarquia clara, mas não definitiva, especialmente em um torneio tradicionalmente imprevisível como a Copinha.

A Sede: Franca e o Estádio Lanchão

Franca, um dos polos urbanos mais importantes do interior paulista, abriga há décadas uma cultura esportiva sólida. Além do basquete, que tornou a cidade reconhecida nacionalmente, o futebol sempre encontrou espaço no Lanchão, inaugurado em 1969. O Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho oferece dimensões oficiais de 105 x 68 metros e capacidade superior a 14 mil torcedores, segundo registros históricos. Sua construção envolveu forte participação comunitária e desde então se mantém como símbolo esportivo local.












Por sediar o grupo, Franca oferece vantagens logísticas à equipe da casa — ausência de deslocamento, adaptação natural ao gramado e presença de público local. Para os demais clubes, especialmente Barra-SC e Esporte de Patos, a logística é um ponto crucial: as viagens longas exigem controle físico e ajustes rápidos para entrar na competição já em ritmo competitivo.

As Equipes do Grupo 13

Cruzeiro — Favorito Técnico e Estrutural

O Cruzeiro chega ao grupo como amplo favorito. A base cruzeirense mantém histórico recente de competitividade elevada, sustentado por estrutura profissional, calendário de jogos forte e desempenho técnico consistente. Em 2025, o clube foi campeão mineiro sub-20, semifinalista do Brasileiro da categoria e chegou às quartas de final da Copinha, consolidando-se entre os projetos de maior profundidade do país.










A equipe também apresenta jogadores de destaque estatístico, como Cauan Baptistella — atletas com forte minutagem e presença ofensiva. No comando está Luciano Dias, treinador de perfil organizador, de bom repertório tático e experiência acumulada em categorias de base.

A viagem entre Belo Horizonte e Franca contabiliza pouco mais de 450 km, trajeto moderado em comparação aos rivais do grupo. O Cruzeiro reúne densidade técnica, preparo físico e consistência competitiva.

Francana — A Força da Sede e o Desafio do Desempenho

A Francana aparece no grupo como a equipe que pode se beneficiar do fator casa, ainda que seu desempenho recente no sub-20 esteja distante dos rivais. Em 2025, o time realizou temporada irregular, somando apenas duas vitórias, dois empates e nove derrotas nas competições disputadas, incluindo eliminações na primeira fase tanto do Paulista Série B Sub-20 quanto da Copinha.









O elenco tem como destaques estatísticos Vitinho, artilheiro da temporada com dois gols em dez partidas, e José Eduardo, atleta que mais atuou no período. A equipe terá novo comando na Copinha: Lucas Bahia, que assume após a saída do treinador João Carlos, fazendo sua estreia oficial como técnico após trajetória como preparador físico.

Se por um lado a Francana chega com limitações técnicas, por outro possui o maior diferencial logístico do grupo: não enfrenta deslocamento. Isso significa mais tempo de preparação, rotina preservada e apoio local — elementos que historicamente equilibram diferenças em competições de base.

Barra-SC — Um Projeto Competitivo em Meio à Longa Jornada

O Barra-SC teve desempenho competitivo em 2025 nas categorias de formação: caiu na primeira fase da Copa Sul, foi semifinalista no Campeonato Catarinense Sub-20 e chegou à segunda fase da Copinha. O destaque da temporada foi o atacante Moisés, autor de nove gols em 23 jogos.

Comando técnico de João Vitor, treinador com vivência recente em categorias de base e abordagem voltada para construção ofensiva, o Barra apresenta um modelo de jogo com boa intensidade, mas depende de estabilidade emocional para enfrentar partidas decisivas.

O principal obstáculo está na logística: a viagem entre Balneário Camboriú e Franca supera os 1.000 km, exigindo adaptação rápida ao clima, ao gramado e ao desgaste da viagem. Ainda assim, trata-se de um time competitivo, com capacidade clara de brigar pela segunda vaga caso apresente consistência defensiva.

Esporte de Patos — O Azarão com Moral Elevada

O Esporte de Patos chega ao grupo após conquistar o Campeonato Paraibano Sub-20 de 2025, o que dá moral ao elenco e à comissão técnica liderada por Alexandre Lima. No entanto, o clube disputa uma das viagens mais longas de toda a Copinha: de Patos-PB até Franca são mais de 2.000 km.

O elenco apresenta atletas promovidos do sub-20, como Bruno Paraíba, Carlinhos, Marcelo, Alemão, Renato, Gabriel Lastrense, Chinha e Kaic, além dos atacantes Mikael e Mano Walter. Trata-se de uma equipe com ritmo competitivo regional, mas de pouca rodagem nacional, o que naturalmente coloca o time como azarão do grupo.

Por outro lado, clubes do Nordeste costumam desempenhar bem quando entram com moral e identidade clara. Se o Esporte encaixar intensidade e minimizar o desgaste logístico, pode dificultar a vida de qualquer adversário.









Projeção TSP para o Grupo 13





O Grupo 13 apresenta uma hierarquia técnica clara, mas não definitiva. O Cruzeiro desponta como favorito natural pela consistência e profundidade da base. O Barra-SC surge como principal concorrente à segunda vaga, embora tenha de superar longo deslocamento. A Francana, mesmo tecnicamente inferior, carrega o fator sede como trunfo, enquanto o Esporte de Patos chega embalado por título estadual, mas carrega enorme desafio logístico.

A Copinha, porém, é um torneio marcado por surpresas. A combinação entre intensidade, dias bons ou ruins e maturidade emocional dos elencos pode alterar o rumo de qualquer chave. O Grupo 13, portanto, reúne todos os ingredientes de um laboratório competitivo interessante: tradição, disparidades estruturais, viagens longas e a força da torcida local.