“Como chegam Francana, Cruzeiro, Barra-SC e Esporte Patos à Copinha 2026”
Criativo: Tudo Sobre PaulistaO Grupo 13 da Copa São Paulo de Futebol Júnior reúne quatro equipes de perfis contrastantes que prometem uma primeira fase com diferentes camadas de competitividade. Francana, Cruzeiro, Barra-SC e Esporte de Patos formam uma chave marcada pela mistura entre tradição, projetos de base em estágios distintos e realidades logísticas bastante diversas. A sede das partidas será a cidade de Franca, no Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho, o Lanchão, um dos estádios históricos do interior paulista, conhecido por ser o eixo esportivo da cidade e pela forte relação com a sociedade francana.
O grupo coloca frente a frente uma potência nacional do trabalho de base — o Cruzeiro — contra três projetos de menor visibilidade nacional, porém com características particulares. O fator sede da Francana, o longo deslocamento enfrentado por Barra-SC e Esporte de Patos, além da força técnica do Cruzeiro, desenham um cenário de hierarquia clara, mas não definitiva, especialmente em um torneio tradicionalmente imprevisível como a Copinha.
A Sede: Franca e o Estádio Lanchão
Franca, um dos polos urbanos mais importantes do interior paulista, abriga há décadas uma cultura esportiva sólida. Além do basquete, que tornou a cidade reconhecida nacionalmente, o futebol sempre encontrou espaço no Lanchão, inaugurado em 1969. O Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho oferece dimensões oficiais de 105 x 68 metros e capacidade superior a 14 mil torcedores, segundo registros históricos. Sua construção envolveu forte participação comunitária e desde então se mantém como símbolo esportivo local.

Por sediar o grupo, Franca oferece vantagens logísticas à equipe da casa — ausência de deslocamento, adaptação natural ao gramado e presença de público local. Para os demais clubes, especialmente Barra-SC e Esporte de Patos, a logística é um ponto crucial: as viagens longas exigem controle físico e ajustes rápidos para entrar na competição já em ritmo competitivo.
As Equipes do Grupo 13
Cruzeiro — Favorito Técnico e Estrutural
O Cruzeiro chega ao grupo como amplo favorito. A base cruzeirense mantém histórico recente de competitividade elevada, sustentado por estrutura profissional, calendário de jogos forte e desempenho técnico consistente. Em 2025, o clube foi campeão mineiro sub-20, semifinalista do Brasileiro da categoria e chegou às quartas de final da Copinha, consolidando-se entre os projetos de maior profundidade do país.

A equipe também apresenta jogadores de destaque estatístico, como Cauan Baptistella — atletas com forte minutagem e presença ofensiva. No comando está Luciano Dias, treinador de perfil organizador, de bom repertório tático e experiência acumulada em categorias de base.
A viagem entre Belo Horizonte e Franca contabiliza pouco mais de 450 km, trajeto moderado em comparação aos rivais do grupo. O Cruzeiro reúne densidade técnica, preparo físico e consistência competitiva.
Francana — A Força da Sede e o Desafio do Desempenho
A Francana aparece no grupo como a equipe que pode se beneficiar do fator casa, ainda que seu desempenho recente no sub-20 esteja distante dos rivais. Em 2025, o time realizou temporada irregular, somando apenas duas vitórias, dois empates e nove derrotas nas competições disputadas, incluindo eliminações na primeira fase tanto do Paulista Série B Sub-20 quanto da Copinha.

O elenco tem como destaques estatísticos Vitinho, artilheiro da temporada com dois gols em dez partidas, e José Eduardo, atleta que mais atuou no período. A equipe terá novo comando na Copinha: Lucas Bahia, que assume após a saída do treinador João Carlos, fazendo sua estreia oficial como técnico após trajetória como preparador físico.
Se por um lado a Francana chega com limitações técnicas, por outro possui o maior diferencial logístico do grupo: não enfrenta deslocamento. Isso significa mais tempo de preparação, rotina preservada e apoio local — elementos que historicamente equilibram diferenças em competições de base.
Barra-SC — Um Projeto Competitivo em Meio à Longa Jornada
O Barra-SC teve desempenho competitivo em 2025 nas categorias de formação: caiu na primeira fase da Copa Sul, foi semifinalista no Campeonato Catarinense Sub-20 e chegou à segunda fase da Copinha. O destaque da temporada foi o atacante Moisés, autor de nove gols em 23 jogos.
Comando técnico de João Vitor, treinador com vivência recente em categorias de base e abordagem voltada para construção ofensiva, o Barra apresenta um modelo de jogo com boa intensidade, mas depende de estabilidade emocional para enfrentar partidas decisivas.
O principal obstáculo está na logística: a viagem entre Balneário Camboriú e Franca supera os 1.000 km, exigindo adaptação rápida ao clima, ao gramado e ao desgaste da viagem. Ainda assim, trata-se de um time competitivo, com capacidade clara de brigar pela segunda vaga caso apresente consistência defensiva.
Esporte de Patos — O Azarão com Moral Elevada
O Esporte de Patos chega ao grupo após conquistar o Campeonato Paraibano Sub-20 de 2025, o que dá moral ao elenco e à comissão técnica liderada por Alexandre Lima. No entanto, o clube disputa uma das viagens mais longas de toda a Copinha: de Patos-PB até Franca são mais de 2.000 km.
O elenco apresenta atletas promovidos do sub-20, como Bruno Paraíba, Carlinhos, Marcelo, Alemão, Renato, Gabriel Lastrense, Chinha e Kaic, além dos atacantes Mikael e Mano Walter. Trata-se de uma equipe com ritmo competitivo regional, mas de pouca rodagem nacional, o que naturalmente coloca o time como azarão do grupo.
Por outro lado, clubes do Nordeste costumam desempenhar bem quando entram com moral e identidade clara. Se o Esporte encaixar intensidade e minimizar o desgaste logístico, pode dificultar a vida de qualquer adversário.

O Grupo 13 apresenta uma hierarquia técnica clara, mas não definitiva. O Cruzeiro desponta como favorito natural pela consistência e profundidade da base. O Barra-SC surge como principal concorrente à segunda vaga, embora tenha de superar longo deslocamento. A Francana, mesmo tecnicamente inferior, carrega o fator sede como trunfo, enquanto o Esporte de Patos chega embalado por título estadual, mas carrega enorme desafio logístico.
A Copinha, porém, é um torneio marcado por surpresas. A combinação entre intensidade, dias bons ou ruins e maturidade emocional dos elencos pode alterar o rumo de qualquer chave. O Grupo 13, portanto, reúne todos os ingredientes de um laboratório competitivo interessante: tradição, disparidades estruturais, viagens longas e a força da torcida local.




