Não é que eu tenha um carinho especial, é que eu posso ajudar, né? Assim, eu conheço essa função muito, eu passei a minha vida inteira dentro da área. Então, assim, eu sei e eu entendo que eu posso ajudar. E, assim, eu gosto, eu gosto de conversar bastante com… não só com os centroavantes, mas com os atacantes, principalmente na posição corporal para receber, para dominar, para tentar dar o mínimo de toques possível para poder finalizar, ou até preparar o corpo para finalizar de primeira. Isso era uma coisa que eu sempre fiz muito bem. Porque você tira completamente o zagueiro da jogada, ele não chega a tempo, mas é difícil. Gosto de dar treinos para que isso possa acontecer no jogo, né?
Isso é uma coisa que eu peguei do Telê também. Esse tipo de treinamento técnico, repetição. Eu não acredito, não acredito em atacante que tenha a facilidade de finalizar se ele não treinar, se ele não repetir. Ah, tá cansado? Pode sim. Em vez de fazer 20 bolas, faz oito, não tem problema. Ah, por quê? Falaram que a perna tá pesada, faz quatro. Faz quatro bolas. Não tem problema, mas faça, entendeu? Eu acredito muito na repetição, principalmente em relação a atacantes. Óbvio que os treinos reduzidos, eles ajudam, porque você tá finalizando toda hora. Mas eu também acredito na parte de trabalho técnico.
O mais engraçado é que eu achei que era o meu forte, entendeu? Que eu cabeceava mesmo, fazia vários gols, fiz vários gols de cabeça, né, na A2 e depois no Paulistão, quando eles me pediam a contratação. Aí chegou lá e ele fazia a finalização todo dia, cara, todo dia. Era um cara muito bom, foi o cara que eu mais aprendi na minha vida, foi o Tele. Teve um jogo que fiz dois gols, os dois gols de cabeça, ele falou assim, você tá fazendo gol, mas você acha que você sabe cabecear, você não sabe cabecear. Aí foi, me ensinando, mostrando o jeito certo, e eu vi que, na verdade, eu não sabia mesmo. E ele tinha razão. E eu melhorei muito nesse quesito, que eu já era razoável, acabei ficando bom na cabeça.