Aos 27 anos, o zagueiro Lucas Rafael vive uma fase especial com a camisa do Guarani. Disputando a Série C e já tendo atuado no Paulistão deste ano, o defensor acirra a disputa por uma vaga entre os titulares do Bugre e mostra que superar adversidades é uma das suas especialidades.
Lucas Rafael foi entrevistado pelo Ge para falar de sua trajetória marcada por resiliência. Em 2020, durante a paralisação do futebol por conta da pandemia, o então jogador do VOCEM, da quarta divisão estadual, se viu sem contrato e sem renda. A solução? Vender bolo de pote nas ruas de Barueri, na Grande São Paulo.
— “Foi o que encontrei para conseguir girar dinheiro naquele momento. Também trabalhei como ajudante de pedreiro. Ouvi piadas, mas sabia que era preciso passar por aquilo para ajudar em casa”, relembra.
Aquele que carregava sacos de areia em obras voltou aos gramados e, anos depois, conquistou espaço em clubes como Bragantino, onde chegou a disputar a Série A, e até mesmo no futebol português, com passagens por Estrela Amadora, SC Covilhã e Oliveirense.
Antes disso, percorreu uma longa jornada por categorias de base e clubes menores, entre idas e vindas em Barueri, testes em outros estados e mudanças de posição – chegou a atuar como volante. Mas foi no CSA, após vencer o Campeonato Alagoano Sub-20, que assinou seu primeiro contrato profissional.
— “Disse que aceitaria o convite do Bragantino sem nem ver salário. Queria só uma chance. Graças a Deus consegui jogar uma Série A e ainda terminei a casa do meu pai”, contou emocionado.
Hoje, com 13 partidas pelo Guarani em 2025, Lucas Rafael se consolida como opção confiável na zaga do time comandado por Marcelo Fernandes. O Bugre soma 11 pontos na Série C e se prepara para o confronto diante do CSA, no próximo sábado, 28 de junho, pela 10ª rodada da competição.
Do chão da obra ao gramado do Brinco de Ouro, Lucas Rafael é exemplo de superação — e de como o futebol pode, sim, mudar vidas.
