O técnico Marcelo Fernandes reconheceu a pressão após o empate sem gols do Guarani diante do Figueirense, na noite desta segunda-feira (26), no Brinco de Ouro, pela Série C. O Bugre teve um jogador a mais durante boa parte da partida, após a expulsão de Johny Douglas, aos 42 minutos do primeiro tempo, mas não conseguiu aproveitar a vantagem para balançar as redes.
Sem vencer há três jogos, o time segue em má fase, o que motivou protestos de torcedores em frente ao estádio. Marcelo comentou sobre o cenário de cobrança.
“Em todo time grande existe a pressão. E ela, quando o time não tá bem, ela é feita e a gente tem que saber assimilar da melhor maneira possível. A gente blinda os jogadores da melhor maneira possível, a gente faz o nosso trabalho, estamos trabalhando da melhor maneira possível. A torcida tem que reclamar, sim. O Guarani é um time grande. Hoje, não conseguimos vencer uma partida que, até com um homem a mais, tentamos. Acabamos o jogo com seis atacantes, mas não conseguimos fazer o gol. E é simples: time grande tem pressão, e jogador que joga no Guarani tem que estar habituado a isso. Faz parte do processo”, declarou.
Sobre a estratégia adotada após a expulsão do adversário, o treinador explicou a ideia tática e reconheceu a dificuldade emocional da equipe jovem em lidar com o momento.
“O que a gente pensou foi simples, abrir o time. Colocamos três zagueiros atrás. Não abrimos mão da linha de quatro. E, infelizmente, a bola não entrou. A equipe está sofrendo, a equipe é muito nova. Essa molecada sente a pressão. Não queira dizer que não. Ela sente a pressão, é normal. Volto a dizer, a gente tem que trabalhar, não tem outra maneira. Tentamos de todas as maneiras furar o bloqueio do Figueirense. O Figueirense foi feliz em segurar. Tivemos grande chance de gol, a bola não entrou. Mas a ideia nossa foi abrir o time do Figueirense. A equipe tentou de todas as maneiras.”
Marcelo também defendeu o elenco, destacando o esforço dos jogadores em meio às dificuldades enfrentadas nas últimas rodadas.
“Não posso falar uma vírgula do pessoal aí dentro. É o quinto jogo meu no comando da equipe. Quinto jogo, é o quinto ponto que eu conquisto. Eu já usei 20 jogadores. 20 do atual elenco, 20 jogadores eu já usei. Então, assim, a gente tá tentando de todas as maneiras. Sem contar os desfalques que a gente tem. Não é desculpa. A gente tem que trabalhar, a gente tem que fazer. Mas é um processo“, falou.
Sobre possíveis reforços para a sequência da competição, o treinador reforçou a necessidade de qualificação do elenco.
“A equipe precisa ser qualificada, todo mundo é visível e sabe disso. Estão chegando jogadores para dar uma qualificada no grupo. Isso é importante pra Série C. Nossa média de idade é muito, muito baixa pro tipo de campeonato difícil que é. Só que eu volto a dizer, foi o que eu falei pra eles lá dentro, eu não posso falar uma vírgula contra ninguém. Esses meninos estão tentando, estão dando de tudo em treinamento, em jogos, em tudo, para tentar fazer o melhor pelo Guarani. Infelizmente hoje não aconteceu”, declarou Marcelo.
O treinador também comentou sobre a cobrança de pênalti desperdiçada por Deni Júnior ainda no primeiro tempo. O camisa 9 acabou substituído na volta para a etapa final.
“O Deni Júnior trabalhou a semana inteira. Ele é o primeiro cobrador da equipe. Se vocês quiserem, pode mostrar até a preleção que a gente tem aí, que a gente mostra quem bate falta, quem bate pênalti, quem é o capitão. Tudo é designado, tudo é mostrado em bola parada e tudo. Ele era o nosso batedor. Ele tentou, não fez. Não é culpa dele. Eu senti que ele ficou um pouco incomodado com tudo que aconteceu. A gente tinha outro centroavante, tentamos preservar ele. Não só preservar, mas também mudar a história. Infelizmente não aconteceu, mas ele é um grande jogador. Ele, infelizmente, perdeu a cobrança, mas ele tem se portado muito bem nas partidas. E não é um pênalti que vai tirar a importância que ele tem pra gente no grupo.”
Com o resultado, o Guarani permanece na 18ª colocação da Série C, com cinco pontos conquistados. Marcelo falou sobre o principal objetivo da equipe no momento.
“O Guarani briga, primeiro, para tirar esse incômodo das costas, quer sair dessa posição ingrata. Nós tínhamos os três primeiros jogos, quando eu cheguei, com zero ponto. Conseguimos quatro em nove, e agora o quinto em doze. E ainda não deu para ser. Hoje era um jogo crucial para nós, para tirar a cabeça fora desse buraco, entendeu? Os jogadores estão muito ansiosos para isso, para tirar, como nós também. A gente tenta dar tranquilidade para eles. O importante primeiro: o Guarani hoje briga para sair dessa posição, entendeu? Ganhar um jogo, dois jogos seguidos, para que a gente saia e depois colocar a cabeça no lugar e conseguir, se Deus quiser, a classificação pros oito”, concluiu.
O próximo compromisso do Guarani será no sábado (25), às 17h, contra o Retrô, na Arena Pernambuco.
