Marco Antônio marcou seu nome na história da Portuguesa com grandes atuações e um título inesquecível. Hoje, ele retorna ao clube com uma nova missão: orientar atletas dentro e fora de campo. Em entrevista ao canal Tudo Sobre Paulista, o ex-jogador, que também vestiu as camisas de São Paulo, Santo André, Sport, América-SP, Criciúma, Vitória, Atlético Paranaense, Grêmio, Náutico e Figueirense, compartilhou bastidores marcantes da campanha de 2011 e sua atual atuação como mentor.
Durante a conversa, Marco resgatou o ambiente de superação daquele elenco campeão da Série B.
“A gente tinha um grau de confiança que foi sendo construído, na verdade. A gente construiu aquilo com o treinador, eu já vinha de dois anos de clube batendo na trave, não subindo. E aí em 2011 o Jorginho chega, a gente é eliminado do Campeonato Paulista nas quartas de final, perde para o São Paulo lá na Arena Barueri. E aí depois daquilo, ao invés de dar férias, como aconteceu nos outros anos, ele coloca a gente em uma pré-temporada, um início de pré-temporada. E aí a gente fica trabalhando ali e montando o time para o brasileiro.”
A resposta veio logo na estreia da Série B. “O primeiro jogo em casa, se não me engano foi contra o Náutico, a gente ganha de 4 a 0 no Canindé, e sai gol de jogada de falta que a gente tinha treinado, sai gol trabalhado.” Para Marco, esse foi o ponto de virada. “Vale a pena acreditar no trabalho, porque está dando resultado, está acontecendo, está dando certo. E aí foram passando os jogos, a gente ganhando, fazendo bastante gol, sofrendo poucos gols, jogando de forma consistente.”
O nascimento da Barcelusa
Foi nesse cenário que nasceu o apelido “Barcelusa”, em alusão ao Barcelona de Guardiola.
“A brincadeira de uma equipe de imprensa… Os apelidos que eles deram foram muito engraçados, e a gente começou a se divertir com isso. Eu acho que o título tem essa notoriedade até hoje, exatamente por causa dessas brincadeiras, desses pontos que ficaram marcados para nós, e foi emblemático.”Seria um título brasileiro muito falado, muito comentado, pela distância de pontos, pela quantidade de gols, mas eu acho que deu esse… A cereja do bolo foi essa brincadeira com a Barcelosa.”
Marco destacou também o ambiente de união no elenco. “O time encaixou uma sinergia muito legal com a comissão técnica, com a diretoria, com a torcida. Foi um ano especial, um ano especial da carreira.” Essa experiência, segundo ele, foi base para sua atual função. “Foi exatamente sobre isso o tema da palestra para os meninos esse ano. O quanto ganhar com a portuguesa tem relevância, tem significado, tem notoriedade.”
Ele reforça o peso histórico da Lusa. “É um time super tradicional, é um time de muita história. Então tem um peso ganhar com essa camisa. Historicamente, a portuguesa revela jogadores, vende jogadores, negocia. Tem essa cultura, já colocou jogadores em seleção brasileira. Então é um time muito querido.”
Nova Fase da Portuguesa
Hoje, a Portuguesa passa por uma nova fase. Marco enxerga com otimismo. “Sim. Eles têm um projeto ambicioso, um projeto grande de reestruturação do Canindé, principalmente da área estrutural mesmo, de reforma, de construção. No CT é a mesma coisa, eles querem, ao longo dos anos, voltar a ter a chancela de clube formador, que acabou perdendo nesse período.”
Mas ele pondera: futebol exige investimento. “A gente sabe o quanto o futebol necessita de dinheiro para ser feito. O investimento é alto, as pessoas que olham de fora talvez não imaginam o que movimenta isso, mas eles entram com uma perspectiva e um objetivo muito bacana, muito legal.”
Para Marco, o segredo está na seriedade.
“Tratam de fato como uma empresa, e isso é importante demais dentro do futebol. Ali pelo projeto e pela reestruturação, é o que a gente conversa bastante, é o que eu creio muito, o plantio é diário e essa colheita vem uma hora. Quando vai subir, quando vai bater na Série C, Série B, Série A? Trabalhando direito é uma questão de tempo. Hoje tem um ótimo trabalho da comissão, capitaneada pelo Cauã de Almeida, um grande trabalho, um trabalho muito forte mesmo, de treinamentos, muito intenso, muita clareza, um ambiente muito gostoso.”
Finalizando, Marco Antônio compartilha sua visão com os jogadores. “Os plantios estão sendo feitos. Quando vai ser a colheita? Não sei, mas ela vai vir. Trabalhando sério, com honestidade, com lealdade, com transparência, olho no olho, com esse fato, as coisas tendem a acontecer.”
E completa com convicção. “A bola também premia, e principalmente Deus premia quem está no caminho certo, quem faz as coisas direito, quem coloca Ele em primeiro plano, em primeiro lugar, e acontece isso muito lá.”