O São Paulo está próximo de concretizar mais uma saída precoce de um jovem formado em Cotia. Desta vez, trata-se do meia Matheus Alves, de 20 anos, que está sendo negociado com o CSKA Moscou, da Rússia, por aproximadamente 6 milhões de euros (cerca de R$ 38 milhões).
Destaque na base e no profissional
Matheus Alves ganhou projeção nacional ao ser campeão da Copinha com o Tricolor em janeiro. Logo após a conquista, foi promovido ao elenco profissional e passou a ganhar espaço sob o comando de Luis Zubeldía. Ao todo, disputou 15 partidas em 2025 e deu duas assistências, sendo utilizado como peça de apoio no meio-campo e valorizado internamente pelo potencial de crescimento.
A possível venda, no entanto, segue uma linha comum nos últimos anos no Morumbi: jovens formados no clube sendo negociados antes de completarem 100 jogos pelo profissional.
Histórico recente de vendas precoces
A trajetória de Matheus Alves segue o mesmo caminho de outros jogadores revelados em Cotia. Em 2019, o São Paulo vendeu Antony ao Ajax por 15,8 milhões de euros, após o atacante disputar 52 partidas pelo clube. Hoje, ele defende o Manchester United e figura com frequência nas convocações da Seleção Brasileira.
Em 2016, o São Paulo negociou David Neres com o Ajax por 17,4 milhões de euros, quando o atacante tinha apenas 19 anos e oito jogos como profissional. Mais recentemente, o clube também vendeu William Gomes ao Porto após 22 partidas no time principal. Atualmente, o jovem atacante ainda busca espaço no elenco português.
Outros nomes com trajetória parecida
A política de venda antecipada de atletas jovens afeta também jogadores como Moreira, Morato e Tuta.
O São Paulo emprestou Moreira, lateral-direito de origem, ao Porto depois que ele perdeu espaço no elenco principal. O jogador já disputou 26 partidas como profissional e se destaca pela versatilidade, embora tenha enfrentado problemas físicos ao longo da carreira.
O clube também negociou Morato, zagueiro formado em Cotia, com o Benfica, que mais tarde o repassou ao Nottingham Forest. Apesar de manter 15% dos direitos econômicos do atleta, o São Paulo não recebeu valores por conta de dívidas pendentes com o jogador.
Além deles, o Tricolor vendeu Tuta ainda antes da estreia no profissional. O zagueiro seguiu para a Europa e hoje defende o Eintracht Frankfurt, da Alemanha, onde já construiu uma carreira sólida.
Realidade financeira e estratégia de mercado
A possível venda de Matheus Alves ilustra o modelo de gestão adotado pelo São Paulo nos últimos anos, que recorre à base como fonte de receita. Com dificuldades financeiras, o clube opta por negociar promessas antes da consolidação no time principal, buscando equilibrar as contas mesmo que isso custe a perda de talentos com pouco tempo em campo.