Ex-chefe do departamento médico alega interferência política e falta de gestão do presidente: “Osmar não entende nada de futebol”
O médico André Jorge não faz mais parte do departamento médico do Corinthians. Nesta sexta-feira, o profissional pediu demissão do cargo de chefe do setor, alegando influência política no ambiente de trabalho e criticando duramente o presidente Osmar Stabile.
— O Osmar não sabe absolutamente nada de futebol — afirmou o médico, em entrevista ao ge.
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Segundo André Jorge, sua decisão já vinha sendo amadurecida desde setembro, quando o clube contratou Ricardo Galotti — ex-São Paulo — para exercer a mesma função. O médico relatou que a chegada do novo profissional ocorreu sem transparência e sem o conhecimento do executivo de futebol, Fabinho Soldado.
— Pedi demissão naquele dia porque tudo foi feito às escondidas, até mesmo do Fabinho. O presidente disse que era um pedido de um grupo político, e isso me incomodou muito. Desde então, aconteceram situações que minaram o meu trabalho — explicou.
De acordo com o ex-chefe do departamento médico, a indefinição contratual foi outro ponto de atrito. Ele afirmou que a renovação prometida por Stabile nunca se concretizou, mesmo após tentativas de contato.
— O Osmar dizia que o clube estava com dificuldades financeiras. Depois me prometeu resolver, mas nunca atendeu minhas ligações. Chegou a dizer hoje que assinaria o contrato, mas é conversa fiada. O Fabinho tentou me segurar, mas minha decisão está tomada — completou.
Apesar das críticas à gestão e à influência política nos bastidores, André Jorge fez questão de elogiar a equipe técnica e o trabalho desenvolvido no CT Joaquim Grava.
— Não há relação da minha saída com os desfalques. O Corinthians é o clube que mais recupera jogadores no país. O preparador Reverson e o fisioterapeuta Bruno fazem um trabalho excelente. O Bruno, inclusive, trouxe mais de R$ 1 milhão em equipamentos de ponta, via permuta. Jogador parado é prejuízo, e eles entendem isso — destacou.
Para ele, a interferência política é o maior obstáculo para o funcionamento do clube.
— Trabalhar no Corinthians com apoio já é difícil, sem apoio é impossível. A única pessoa séria que segura o clube é o Fabinho. O resto é política e vaidade — concluiu.
O presidente Osmar Stabile foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se manifestar. O médico Ricardo Galotti também não comentou o assunto.