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Negócio com Água Santa pode gerar punição ao Corinthians

Por: Pedro César Lélis
2 meses atrás em 20 de junho de 2025
Reprodução

A contratação do meia Luiz Eduardo, ex-Água Santa, gerou preocupação nos bastidores do Corinthians. Isso porque o acordo que levou o jogador ao Parque São Jorge contou com a participação direta da empresa Unique Sports & Management, que detém parte dos direitos econômicos do atleta, algo proibido pelo regulamento de transferências da FIFA.




Participação de terceiros levanta suspeitas


O valor da transação foi de R$ 3,5 milhões, pagos não pelo clube, mas por Igor Zveibrucker, empresário ligado à Unique. Segundo Flávio Portella, sócio da empresa, a negociação foi feita diretamente com o Água Santa, e o repasse garantiu à Unique um percentual em caso de venda futura. “Nós receberemos uma parte desses 50% do Água Santa, se não me engano, 20%”, afirmou em entrevista à Gazeta Esportiva.


Com isso, a divisão dos direitos de Luiz Eduardo ficou assim:





  • Corinthians: 50%




  • Água Santa: 30%




  • Unique Sports & Management: 20%





Violação do regulamento da FIFA


O artigo 18ter do Regulamento de Status e Transferência de Jogadores da FIFA proíbe terceiros, pessoas físicas ou jurídicas que não sejam clubes ou o próprio atleta, de deterem qualquer percentual de direitos econômicos relacionados a transferências futuras. A FIFA baniu a prática, conhecida como third-party ownership (TPO), em 2015.


A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) segue o mesmo entendimento. A entidade obriga os clubes a enviarem os contratos completos que envolvam direitos econômicos de jogadores. O artigo 61 do Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol proíbe expressamente esse tipo de acordo.




Corinthians e Água Santa correm risco de punição











Se a FIFA ou a CBF identificarem irregularidades, elas podem punir Corinthians e Água Santa. As sanções incluem multas, perda de pontos e até exclusão de competições. Já houve casos semelhantes: a FIFA multou o Santos em US$ 75 mil por práticas desse tipo, e o Twente, da Holanda, perdeu nove pontos, sofreu punições financeiras e quase foi rebaixado após vender direitos econômicos de jogadores a um grupo de investimento.


A atuação de Igor Zveibrucker como financiador da transação também pode configurar violação, pois ele realizou o pagamento no lugar do Corinthians. Isso evidencia a participação de terceiros na operação.













Mercado de empresários ainda levanta dúvidas


Empresários seguem lucrando com o futebol por meio de comissões e empréstimos a clubes, o que é permitido desde que dentro das normas. Um exemplo disso é o agente Giuliano Bertolucci, que tem a receber mais de R$ 78 milhões do Corinthians. Deste total, R$ 24 milhões referem-se a empréstimos e o restante a intermediações de atletas como Ramiro, Paulinho e Matheuzinho.


No caso de Luiz Eduardo, a ligação entre a empresa e os direitos econômicos do atleta pode custar caro. A CBF já exige que os clubes encaminhem todos os contratos relacionados a cessões de percentuais, e o Corinthians pode acabar sendo investigado, junto com o Água Santa, por descumprimento das regras.


Mesmo em meio à necessidade de reforçar o elenco e movimentar o mercado, o clube agora pode ter que responder fora de campo por uma negociação que viola um dos pontos mais sensíveis da regulamentação internacional.