Goleiro e preparador físico recorrem à Justiça por atrasos e danos morais e as cobranças já somam cerca de R$ 1 milhão
Foto: Heitor Esmeriz A crise financeira da Ponte Preta ganhou mais um capítulo nos tribunais. O goleiro Matheus Kayzer e o preparador físico Leonardo Cupertino ingressaram com ações trabalhistas contra o clube campineiro, elevando para aproximadamente R$ 1 milhão o valor total cobrado em processos relacionados a pendências financeiras acumuladas ao longo de 2025.
As ações acontecem no Tribunal Regional do Trabalho e se somam a outros casos já conhecidos envolvendo ex-atletas e profissionais do departamento de futebol.
Contratado em março, Matheus Kayzer deixou o clube sem atuar oficialmente. Reserva de Diogo Silva e Pedro Rocha, o goleiro cobra R$ 439.338 na Justiça. Do total, cerca de R$ 200 mil são referentes a danos morais, alegando prejuízos pessoais causados pelos atrasos salariais. O processo também inclui valores relacionados a salários, FGTS, férias, 13º salário e multas previstas em contrato.
Já Leonardo Cupertino, que chegou ao clube no fim de 2024 para substituir Thiago Vegette, move uma ação de R$ 587.036,65. O preparador físico reivindica o pagamento de seis meses de salários em atraso, além de premiações e indenização por danos morais. Após o término da Série C, ele deixou a Ponte e foi contratado pelo Paysandu.
Os novos processos se somam a uma lista extensa de profissionais que já recorreram à Justiça em 2025, como Maguinho, Jean Dias, Nilson Júnior, Everton Brito, Wanderson, Lucas Cândido, Jhonny Lucas e Gustavo Vintecinco. Em alguns casos, como os de Jean Dias, Everton Brito e Wanderson, a Justiça concedeu a rescisão contratual em razão dos atrasos salariais.
Em nota divulgada no dia 20 de dezembro, quando anunciou a suspensão temporária das atividades, o elenco afirmou que havia situações em que os atrasos chegavam a sete meses. Quatro dias depois, a diretoria efetuou o pagamento de um mês de salário para a maioria dos atletas, mas integrantes da comissão técnica, do departamento de futebol e funcionários administrativos seguem com valores pendentes, incluindo o 13º salário.
A reapresentação do elenco está prevista para o dia 2 de janeiro, data que também era vista internamente como um limite para novos avanços nos pagamentos. Enquanto isso, a incerteza já provocou mudanças no elenco, com seis jogadores deixando o clube recentemente, entre eles Wallace e Gabriel Inocêncio, que haviam sido contratados para 2026, mas optaram pela saída diante do cenário financeiro instável.