As conversas entre o São Bento e a empresa de marketing esportivo Flashforward para a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) não avançaram e chegaram ao fim a quase um mês, entretanto, o assunto ainda rende. Pessoas próximas ao clube, que acompanharam o caso de perto e pediram anonimato, apontam que exigências feitas pelo clube não foram bem recebidas pela empresa, o que teria motivado a desistência da negociação.
Um dos principais entraves foi o pedido de identificação dos investidores envolvidos no projeto. Conselheiros do clube sorocabano também queriam saber qual seria a função de cada interessado no processo de aquisição. As cobranças teriam sido feitas no início de abril, mas não foram respondidas formalmente pela empresa, o que ocasionou no encerramento das tratativas da SAF.
Negociações paralelas
Informações extraoficiais indicam que, enquanto conversava com o São Bento, a Flashforward também mantinha tratativas com outros clubes, como Náutico e Uberlândia. O clube mineiro teria demonstrado maior flexibilidade nas negociações, o que fez a empresa priorizar o avanço por lá e recuar nas conversas com os demais.
Em 14 de março, quando começaram a circular boatos nos bastidores do São Bento sobre o suposto interesse da Flashforward no Uberlândia, o jornal Cruzeiro do Sul entrou em contato com Fernando Ferreira, sócio-fundador da Pluri Sports — grupo ao qual a empresa é vinculada. Ferreira minimizou as especulações, alegando que o Uberlândia era apenas outro cliente do grupo e reafirmou que as conversas com o São Bento seguiriam. Ele prometeu uma análise documental para aquela semana, mas o material nunca foi enviado.
Segunda tentativa frustrada
Esta é a segunda vez em poucos meses que o São Bento vê ruir uma negociação para se transformar em SAF. No fim de 2023, o empresário Rubens Takano, proprietário da AVS Futebol SAD (Portugal), ofereceu R$ 40 milhões por 90% das ações do clube. No entanto, em fevereiro deste ano, a diretoria do São Bento subiu o valor para R$ 86 milhões e passou a exigir metas claras e garantias contratuais.
Alegando diferenças entre a carta de intenções e o contrato de investimento, Takano também desistiu da proposta.
Com o histórico recente de duas desistências em menos de seis meses, o São Bento segue em busca de um parceiro interessado na transformação em SAF, mas precisará encontrar um equilíbrio entre as exigências do clube e a disposição de investidores para seguir atraente no mercado.