Osmar Stabile, presidente interino do Corinthians, saiu em defesa do técnico Dorival Júnior mesmo após a sequência de resultados negativos no retorno da equipe após a pausa para a Copa do Mundo de Clubes. Segundo ele, o treinador segue no comando, assim como o diretor de futebol Fabinho Soldado, mas ressaltou que os resultados precisam aparecer.
“O Dorival está garantido. Assim como está garantido o (diretor executivo de futebol) Fabinho Soldado”, afirmou Stabile ao ge.
Desde sua chegada, no fim de abril, Dorival comandou o Corinthians em 14 partidas, acumulando seis vitórias, quatro empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 52%. Questionado sobre até quando essa garantia se sustentaria, o dirigente foi direto:
“Até quando você está garantido no emprego da Globo? Ninguém sabe. Não dá para prever o futuro. Futebol é resultado, eu não posso dizer o que vai acontecer daqui para frente.”
Gestão interina e observação nos bastidores
Stabile permanece no cargo ao menos até o dia 9 de agosto, data marcada para a assembleia geral que definirá o futuro de Augusto Melo, afastado temporariamente da presidência. Mesmo em caráter provisório, ele garantiu que tem atuado ativamente na condução do clube.
“Estou como interino até dia 9, mas observando tudo o que está acontecendo. O clube não está largado, temos que confiar nas pessoas que estão nos cargos e acompanhar de perto. O presidente está aqui para resolver, eu tenho que presidir. O presidente não joga futebol, mas tem que ver o resultado, precisamos chegar em bons resultados.”
Caso Memphis e janela de transferências
O dirigente também comentou a atitude de Memphis Depay, que não retornou ao banco de reservas após ser substituído no intervalo do Majestoso. Para Stabile, o comportamento não representa um problema.
“Segundo a tradição do futebol europeu, os jogadores não têm essa preocupação de ficar no banco. A preocupação era ele estar no fechamento do vestiário após o jogo, com todos os jogadores, e isso aconteceu.”
Na mesma entrevista, Stabile criticou a condição financeira encontrada ao assumir o clube e afirmou que busca reforços com cautela, respeitando o orçamento disponível.
“Nós estamos com a janela aberta, e a gente está trabalhando sim dentro das possibilidades do Corinthians. Quando disseram que tinha planejamento, eu falei ‘então está bom.’ Mas aí me disseram que não tinha dinheiro. Quando faz planejamento, tem que disponibilizar recurso, que é o principal. Por exemplo: eu planejo comprar uma casa, mas como compro sem dinheiro?”
“Não tinha recurso, e esse trabalho a nossa diretoria está fazendo. O recurso está sendo disponibilizado para fazer contratações, mas nenhuma loucura será feita nesse momento.”
Reconstrução e paciência
Apesar do cenário turbulento, o presidente interino acredita que o clube está no caminho da reorganização e pede tempo para que as mudanças surtam efeito.
“O Corinthians vive um momento difícil, mas isso não vai permanecer. Estamos organizando todos os departamentos para que possa fazer uma boa gestão. Antes não tinha gestão, era aquela coisa de ‘barrigada’, de fazer no improviso. Esse é um processo demorado, você não pega uma instituição do tamanho do Corinthians e em 40 dias vai mudar tudo. É um carro em alta velocidade que precisa trocar o pneu, ajustar motor, a suspensão… É preciso tempo. Não se faz milagre em 40 dias.”
O Corinthians volta a campo nesta quarta-feira, às 19h30, na Neo Química Arena, para enfrentar o Cruzeiro, atual líder do Campeonato Brasileiro.