O presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, tentou reduzir a tensão após a invasão de torcedores organizados ao Parque São Jorge, na tarde da última terça-feira, dia 03. Mesmo diante das imagens que mostraram a entrada forçada de dezenas de torcedores, Stabile afirmou que o objetivo do grupo era o diálogo.
Entrada tumultuada, conversa tranquila
Apesar da ação truculenta registrada por câmeras de segurança e funcionários do clube, o mandatário interino insistiu que a movimentação teve caráter pacífico no interior do Parque São Jorge. “O que eu soube é que eles viriam para cá no momento em que chegaram aqui na porta do Sport Club Corinthians Paulista, na maior tranquilidade. E como eu disse, a gente tem que atender todos”, afirmou Stabile, durante coletiva.
Em outro momento, ele se isentou de responsabilidade sobre os conflitos registrados nos portões: “Eu soube o que aconteceu lá comigo. Se aconteceu algum evento aqui fora, depois, se tiver algum problema, é um problema de Polícia e não é um problema meu. Eu tenho que fazer a minha parte melhor, que eu posso fazer pelo Corinthians.”
Para Stabile, invasão foi no sábado
Na visão do dirigente, a real invasão ocorreu no último sábado (31), quando Augusto Melo, presidente afastado pelo Conselho Deliberativo, tentou reassumir o cargo. A tentativa, embasada por um ofício de uma aliada, não teve respaldo jurídico nem apoio da atual gestão.
Stabile defendeu a importância de ouvir os torcedores e garantiu abertura para o diálogo: “Não é segunda invasão, nós tivemos uma invasão no sábado. Hoje eles vieram para conversar, trouxeram as reivindicações do que eles querem e nós estamos aqui para atender todos os seguidores do Corinthians, inclusive vocês da imprensa que estão aqui aguardando todo esse tempo, temos que estar à disposição. Quem quer ser presidente do Corinthians precisa saber que isso acontece normalmente.”
Protesto e simbolismo
O protesto foi liderado por seis torcidas organizadas, incluindo a Gaviões da Fiel, que nomearam a ação como “Revolução Corinthiana”. A escolha do nome faz referência direta à histórica “Democracia Corinthiana”, movimento político e esportivo da década de 1980 encabeçado por ídolos como Sócrates e Casagrande, que defendia maior participação dos jogadores e da torcida nas decisões do clube.
Embora Stabile tenha tentado minimizar a situação, a invasão reforça o clima de instabilidade no clube. Até o momento, o Corinthians não divulgou nota oficial sobre o ocorrido.