O Palmeiras formalizou, na última terça-feira (19), um pedido à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em resposta à sugestão do vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, de realizar o confronto contra o Cruzeiro, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, com torcida única. No documento assinado pela presidente Leila Pereira, o clube solicita que a partida seja transferida para outro estado caso o governo mineiro considere não ter condições de garantir a segurança dos torcedores palmeirenses no Mineirão.
A proposta de torcida única foi motivada por um episódio violento ocorrido no final de outubro, envolvendo suposta emboscada de membros de torcidas organizadas do Palmeiras contra cruzeirenses em Mairiporã, São Paulo. O conflito resultou na morte de um torcedor do Cruzeiro e deixou outros 17 feridos.
O vice-governador Mateus Simões afirmou que judicializará o caso caso a solicitação de torcida única não seja atendida. Fizemos pedidos aos responsáveis que o jogo seja de torcida única. Se isso não for atendido, vamos judicializar, para impedir que a torcida do Palmeiras frequente o estádio, declarou.
O Palmeiras, que está a quatro pontos do líder Botafogo e disputa diretamente o título do Brasileirão, argumenta que a restrição prejudicaria o clube esportivamente. O clube enfatizou à CBF que recebeu o Cruzeiro com torcedores visitantes no Allianz Parque no primeiro turno e afirmou que, caso a medida de torcida única seja imposta, o princípio da igualdade será comprometido.
O Verdão também destacou sua postura de rompimento com as torcidas organizadas. A presidente Leila Pereira, inclusive, obteve medida protetiva contra líderes da Mancha Alviverde após ameaças e invasões à Academia de Futebol em agosto.
O jogo, marcado para a penúltima rodada, tem importância decisiva na reta final do campeonato. O Palmeiras reforça que os atos de violência registrados em Mairiporã não possuem relação direta com as partidas e não deveriam implicar em penalização ao clube.
A decisão sobre o formato da torcida para a partida ainda está pendente e dependerá de análise conjunta da CBF, autoridades de Minas Gerais e representantes dos clubes envolvidos.
