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Palmeiras tenta virada histórica em noite especial para Abel Ferreira

Em noite que marca cinco anos do português no comando, Verdão tenta reverter a vantagem de três gols da LDU para chegar à final de Libertadores

Por: Pedro César Lélis
2 meses atrás em 30 de outubro de 2025
Abel Ferreira, treinador do Palmeiras - Foto: Alexandre Schneider/Getty Images

O Allianz Parque será palco, nesta quinta-feira, 30, de uma das partidas mais simbólicas da era Abel Ferreira no Palmeiras. Diante da LDU, o Verdão entra em campo às 21h30 (de Brasília) precisando de um feito épico: vencer por quatro gols de diferença para alcançar mais uma final de Libertadores, ou por três, para decidir nos pênaltis.







O desafio em campo





A derrota por 3 a 0 no jogo de ida, em Quito, transformou a semifinal em um teste de resiliência. Para tentar a virada, Abel contará com quase todos os titulares. Piquerez retorna à lateral esquerda, peça essencial tanto defensiva quanto emocionalmente. No meio-campo, Aníbal Moreno é dúvida: o argentino se recuperou de um edema na panturrilha e pode voltar entre os onze. Caso não jogue, Bruno Fuchs pode ser novamente improvisado no setor, enquanto Allan, jovem revelação, surge como alternativa.





Weverton, ainda em tratamento na mão, e Lucas Evangelista, que se recupera de cirurgia na coxa, estão fora.





O peso da noite





O confronto marca exatamente cinco anos da chegada de Abel Ferreira ao Palmeiras. No dia 30 de outubro de 2020, o então técnico desconhecido desembarcava em um clube em reconstrução, após a saída de Vanderlei Luxemburgo. De lá para cá, transformou-se no maior vencedor da história alviverde, com dez títulos: duas Libertadores, um Brasileirão e uma Copa do Brasil.





Felipão, ídolo histórico do clube, já definiu: “Abel é o maior treinador que o Palmeiras já teve em todas as épocas.”





A data especial, no entanto, chega com um desafio à altura da sua trajetória. O português tenta evitar que 2025 seja seu primeiro ano sem levantar um troféu. O Palmeiras já ficou com o vice do Paulistão, caiu cedo na Copa do Brasil e não conquistou o Mundial. Restam o Brasileirão, do qual é líder, e a Libertadores.





Abel e o espírito de decisão





Ciente da missão quase impossível, o treinador aposta na energia das arquibancadas. “Precisamos da alma dos nossos jogadores, que é a torcida. Precisamos do apoio do primeiro ao último minuto. Vamos fazer o que poucos acreditam”, disse ele na véspera do jogo, ao prever “uma noite mágica” no Allianz Parque.





A torcida atendeu ao chamado: na noite anterior, milhares de palmeirenses se reuniram nos arredores do estádio para apoiar a delegação, em clima de final.





Cinco anos de uma era





Desde sua estreia, em novembro de 2020, Abel acumula 352 partidas, com 206 vitórias, 82 empates e 64 derrotas. Nenhum outro técnico, em uma única passagem, dirigiu o clube por tanto tempo. Sua intensidade e estilo direto renderam conquistas e polêmicas, de brigas com a arbitragem e imprensa a momentos de grande comunhão com o elenco e a torcida.





Agora, com apenas dois meses restantes de contrato, o futuro segue indefinido. A presidente Leila Pereira quer sua renovação por mais dois anos, mas Abel ainda não bateu o martelo. Antes de decidir, ele busca mais um capítulo glorioso na história alviverde, e talvez o mais simbólico de todos.





Se o Palmeiras avançar, será a sétima final de Libertadores do clube e a terceira sob o comando do português. Nas duas anteriores, o time foi campeão.





E é essa lembrança que alimenta a fé palmeirense em uma virada que, nas palavras do próprio Abel, “poucos acreditam, mas todos podem sonhar”.