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Paternidade impulsiona retorno de Yuri Lima ao futebol

Volante do Primavera explica pausa rara no alto rendimento e como estar perto da filha reacendeu sua motivação

Por: Lucas Soares
12 horas atrás em 6 de dezembro de 2025
Foto: Marianna Oyama





O retorno de Yuri Lima ao futebol marca a retomada de uma trajetória que ele próprio decidiu interromper — não por lesão, não por falta de clube, mas para priorizar a paternidade. Em um movimento incomum no esporte de alto rendimento, o volante optou por afastar-se do cenário competitivo para viver a rotina com a filha, algo que a carreira de jogador raramente permite. Agora, no fim de 2025 e mirando a temporada de 2026, ele volta aos gramados como reforço do Primavera de Indaiatuba, fortalecido emocionalmente e motivado por estar perto da família. 





A pausa para priorizar a paternidade e o preço pago por essa escolha





No futebol profissional, decisões assim são quase inexistentes. A rotina de viagens, concentrações e cobranças distancia jogadores da própria vida familiar. Yuri sentiu isso na pele e decidiu parar.

“Eu tive que abrir mão do que mais amo na minha vida, que é a minha família… poucos estão dispostos a pagar esse preço.” 

Ao priorizar a paternidade, ele abriu mão do calendário, do ritmo competitivo, da visibilidade e até de oportunidades no mercado, um dos preços mais altos que um atleta pode pagar.

Mas, ao mesmo tempo, ele tocou um ponto que muitas vezes passa despercebido no futebol: a dificuldade real de conciliar carreira e presença afetiva.

Essa pausa também o fez encarar o peso da profissão: “O processo pra você chegar numa equipe grande e se manter no alto rendimento é muito complicado.” 

O desgaste o levou a escolher a família, e essa escolha redefiniu tudo ao seu redor.





A convivência com a filha vira força diária para o retorno





O que parecia uma pausa arriscada se tornou a raiz da sua volta. Yuri encontrou na convivência com a filha — algo que não teria sem parar — a motivação que reacendeu seu desejo de competir.

“Todos os dias eu chego em casa com o celular para filmar a reação dela. Me dá um ânimo, me faz querer melhorar como profissional e como pessoa.” 

Ele também destacou o apoio fundamental da mãe da criança (cantora Iza), que permitiu que a presença paterna fosse real mesmo com a rotina de treinos:

“A mãe da minha filha tem sido muito parceira… deixei ela aqui comigo para ficar um pouquinho com ela porque a gente mal tem folga.” 

Para um atleta, estar presente e sentir-se parte do cotidiano da filha é um privilégio raro — e, no seu caso, a base da retomada.





Indaiatuba oferece o equilíbrio que faltava entre carreira e paternidade





A escolha pelo Primavera não foi apenas esportiva. Foi emocional. Estar em Indaiatuba permitiu que Yuri mantivesse a rotina próxima da filha e tivesse o apoio dos pais.

“Eu digo que onde eu estou jogando é onde eu moro… meus pais vieram pra cá.” 

É essa combinação, proximidade, apoio e estabilidade, que fez o retorno se tornar possível.

Pela primeira vez, ele encontra um ambiente onde a carreira e a paternidade não competem entre si. Pelo contrário: se fortalecem.





Ao priorizar a paternidade, Yuri Lima encontrou força para recomeçar





A decisão de se afastar do futebol para viver o papel de pai redefiniu a trajetória de Yuri Lima. Ele pagou o preço de sair do cenário competitivo, mas ganhou motivação, clareza e equilíbrio. Agora, no Primavera, retorna embalado pela presença da filha e pela estrutura familiar que o acompanha em Indaiatuba. O volante recomeça a carreira com propósito — e esse propósito atende por nome, sorriso e pequenos passos: sua filha.