O técnico Paulo Roberto Santos analisou o empate sem gols do São José contra o Taubaté, no último sábado (15), pelo jogo de ida das quartas de final da Série A2 do Campeonato Paulista, no Estádio Martins Pereira, em São José dos Campos.
O treinador avaliou o confronto como um típico jogo de mata-mata, ressaltando o equilíbrio e a dificuldade impostas pelo adversário. Para ele, a mudança de postura das equipes nessa fase da competição torna as partidas mais truncadas e estratégicas.
“Quando você vai para o mata-mata, jogo de 180 minutos, são jogos todos truncados. As equipes já se enfrentaram às vezes na primeira fase da competição. A movimentação de ambas as equipes é uma, mas quando vai para o mata-mata, tudo muda. Tudo muda porque todos sabem que no mata-mata, o segundo jogo é o que decide. Ele depende muito do que você leva do primeiro, tanto quem joga dentro de casa quanto quem joga fora. Por isso, torna-se um jogo mais truncado, como foi o primeiro tempo. O adversário teve uma postura que eles têm até jogando dentro de casa. Nós estudamos a equipe deles, e eles têm essa postura de jogar de maneira mais reativa, praticamente com oito, às vezes nove jogadores atrás da linha da bola. Com isso, logicamente, eles dificultam qualquer adversário e têm um escape muito rápido pelos lados do campo.”
Além disso, Paulo Roberto explicou que o São José precisou encontrar um equilíbrio entre atacar e se proteger, evitando expor a equipe aos contra-ataques do Taubaté. Ele destacou a necessidade de adaptação da estratégia ao longo do jogo para superar a marcação adversária.
“Você tem que agredi-los, mas também precisa ter precaução. Se você agredir de qualquer maneira e se expor demais, eles têm o contra-ataque com dois jogadores bem ofensivos. Então, tivemos que adotar uma estratégia de jogo onde não abriríamos mão de tomar a iniciativa, até porque era o que eles queriam. Davam a bola para os nossos zagueiros e encaixavam a marcação no restante da nossa equipe, forçando o erro para contra-atacar. O primeiro tempo foi assim, um jogo muito truncado. No segundo tempo, conversamos um pouco com o pessoal no vestiário. Pedimos para que os volantes tivessem uma movimentação um pouco diferente quando essa bola estivesse nos pés dos nossos zagueiros, e eles estivessem com oito ou nove atrás da linha da bola. Pedimos para que esses volantes não jogassem tanto em linha, que um atacasse um pouco mais o espaço.”
Na etapa final, a Águia chegou a balançar as redes logo no início, mas o gol de Michael Paulista foi anulado por toque de mão, após erro da defesa do Taubaté. Apesar da anulação, o treinador viu evolução na postura do time e elogiou o segundo tempo do elenco.
“Acho que no segundo tempo voltamos melhor. Tivemos logo no início aquela bola na trave. Depois, mais duas jogadas bem perigosas e o gol anulado. No segundo tempo, buscamos o gol de uma forma que não conseguimos tanto no primeiro. Só que a bola acabou não entrando, e conforme o jogo vai chegando ao final, os riscos vão aumentando. De repente, em uma jogada despretensiosa, o adversário surpreende e leva vantagem para o jogo de volta, o que não seria bom”, ressaltou Paulo Roberto.
No entanto, o treinador também afirmou que o empate não foi ideal para nenhum dos lados.
“O resultado de empate foi bom? Não, obviamente que não foi. Mas também não foi bom para eles. Acho que os dois times ainda estão na disputa. Se eles vieram aqui buscar algo que lhes interessava, nós temos plenas condições de buscar a classificação, principalmente pelo que a equipe rendeu, na minha avaliação e da comissão técnica, no segundo tempo”, comentou.
Se tratando de um clássico valendo vaga às semifinais, Paulo Roberto reforçou a importância do controle emocional para a partida decisiva em Taubaté.
“Um dérbi regional como esse, mexe com o lado emocional, tanto da nossa equipe quanto do adversário. Temos trabalhado isso durante toda a semana, para evitar que os jogadores se deixem levar por declarações externas ou situações dentro de campo. Nosso foco tem que ser única e exclusivamente jogar futebol, porque só assim vamos alcançar nosso objetivo. Em jogos decisivos, a equipe que consegue controlar melhor o emocional tem mais chances de sair na frente”, afirmou.
O jogo de volta das quartas de final acontece na quarta-feira (19), às 20h, no estádio Joaquim de Morais Filho, em Taubaté. Com o empate sem gols no primeiro duelo, quem vencer avança à semifinal. Em caso de novo empate, a decisão será nos pênaltis.
Assim, o treinador projetou a postura do São José para o confronto.
“Temos que manter uma postura de igual para melhor em relação ao segundo tempo de hoje. Mas, mesmo sendo um jogo decisivo, não podemos atacar de qualquer forma e dar espaço para o adversário explorar. O Taubaté tem atacantes rápidos, e se nos lançarmos ao ataque sem organização, podemos dar a eles exatamente o que querem. Nossa postura será parecida com a do segundo tempo, mas com equilíbrio e organização. O empate aqui pode ter sido um bom resultado para eles, mas também temos totais condições de ir lá e buscar um resultado positivo”, falou Paulo.