Mesmo com a vitória por 3 a 0 sobre a Inter de Limeira neste domingo (25), no Limeirão, que garantiu ao Santos a liderança do Grupo B e a classificação às quartas de final do Campeonato Paulista, o técnico Pedro Caixinha não ficou completamente satisfeito com o desempenho da equipe na partida.
Vindo de uma sequência de vitórias, o treinador destacou que o time se mostrou melhor em termos de compactação nos triunfos contra Água Santa e Noroeste.
“Se nos dois jogos anteriores a equipe esteve muito compacta e organizada, hoje não gostei da forma como a equipe se comportou. Estou dizendo isso porque já falei para eles ali dentro e também no intervalo. A equipe se expôs muito às transições do adversário. Penso que foi um dos jogos em que perdemos bolas mais facilmente e em zonas onde a equipe não podia estar desequilibrada. Isso fez com que tivéssemos que correr muito mais. Provavelmente, somando este jogo, vamos ter valores físicos muito superiores aos dos últimos dois jogos, e não é isso que nós queremos, porque não é essa a nossa forma de jogar. Isso não nos permite ter aquela reação à perda mais efetiva, mas sim correr para trás para nos reorganizarmos. Isso nos levou a tomar decisões no intervalo. Saíram três jogadores que estavam amarelados. Com aquela ação do Zé Ivaldo no término da primeira parte, pensei: “Não vou submeter esses jogadores ao risco”, pois poderia perdê-los para as quartas de final. Como a equipe estava desequilibrada, essa leitura do jogo nos levou a tomar essas decisões”, pontuou.
Apesar das ressalvas, o treinador valorizou o resultado e a forma como o Santos encarou o jogo.
“Não foi um jogo onde tivemos grande desenvolvimento no nosso processo. Obtivemos o mais importante, que foi a vitória. Encontramos os gols em momentos cruciais, como na bola parada, que também decide jogos. Mas, no que diz respeito à nossa dinâmica como equipe – uma equipe associativa, compacta, junta, pressionando e reagindo de forma agressiva à perda da posse – foi difícil manter isso hoje. A equipe estava sempre exposta. Não conseguimos levar a bola até a última zona e avançar juntos. O jogo não fluía bem e não finalizávamos com eficiência. Essas perdas resultaram em desequilíbrios que levaram a um jogo desconectado da nossa parte. Tivemos chegadas e finalizações, mas não um jogo controlado, que é a forma como devemos encarar os jogos”, destacou Caixinha.
Após uma sequência de 12 jogos em um período de 37 dias, o Santos terá uma semana cheia livre antes de enfrentar o Red Bull Bragantino pelas quartas de final. Caixinha considera esse período essencial para recuperar os jogadores e ajustar a equipe.
“Essa semana será fundamental. Esses dois dias livres serão muito importantes após 37 dias de competição e 12 jogos. A equipe passou por diferentes circunstâncias, mas cresceu nesses últimos quatro jogos. Esse ciclo mostrou evolução. Foi importante manter o gol a zero e, pela primeira vez, vencer fora de casa, algo que ainda não tínhamos conseguido”, falou o treinador.
O Santos enfrentará o Red Bull Bragantino nas quartas de final, clube que Caixinha comandou por quase dois anos até outubro do ano passado. Assim, o treinador analisou o adversário e destacou a evolução da equipe rival.
“É uma equipe diferente daquela que eu deixei há pouco tempo, mas que ainda mantém muitos dos comportamentos daquela época. Vem fazendo um bom trabalho nessa fase final, venceu os últimos dois jogos sem sofrer gols e ganhou na casa da Ponte Preta, que fez uma grande campanha e acabou ficando fora dos quartos de final. Teremos tempo para analisar o adversário e trabalhar os nossos comportamentos em treino, reforçando nossa estratégia para o jogo.”
“Ajuda. Conheço alguns jogadores, conheço suas dinâmicas e a forma como pensam nessas instâncias. Nos últimos dois anos, conseguimos chegar sempre às semifinais. No ano passado, fomos eliminados pelo próprio Santos. Eles devem ter isso muito claro. O jogo não foi na Vila Belmiro, mas foi na Neo Química Arena. Eles devem ter isso bem presente. É uma equipe diferente, com dinâmicas diferentes e alguns jogadores diferentes. Vamos analisá-los com calma. Eles não eram do nosso grupo, então não tivemos a oportunidade de enfrentá-los antes. Teremos que analisar os jogos deles para entender melhor o adversário. Mas, sim, conheço bem a casa, conheço bem as dinâmicas e como pensam. Eles vêm para disputar o mata-mata com o pensamento de vencer, assim como nós. Esperamos que seja um grande jogo, onde vamos fazer de tudo para avançar e dar mais um passo no nosso caminho rumo à glória”, completou.
Mesmo com oscilações ao longo da primeira fase, Caixinha acredita que o Santos vem mostrando evolução, especialmente nos últimos quatro jogos.
“Dentro das possibilidades que temos, estamos evoluindo. Foram muitas dificuldades na primeira fase, mas estamos construindo uma equipe mais sólida. Sabemos que nestes 37 dias passamos por diferentes alterações e situações. Tivemos muitos altos e baixos, é verdade. Tivemos um grupo, depois tivemos outro grupo, onde tínhamos diferentes ritmos. Hoje, temos um grupo, pelo menos nestes últimos quatro jogos, onde muitos deles já encontraram um ritmo mais aproximado entre todos. Ainda há jogadores que entraram hoje e vêm à procura desse ritmo, por isso foi importante também terem esses minutos. Mas o mais importante para mim é a consolidação do processo.“
Com três vitórias consecutivas na reta final da primeira fase, o Santos chega embalado para o mata-mata. Segundo Caixinha, isso fortalece a confiança do elenco.
“Terminar com três vitórias consecutivas é importante. Não vi a forma final das outras equipes, mas, provavelmente, estaremos dentro das equipes que chegam nesse momento com essa sequência de três vitórias. Vamos querer, certamente, capitalizar isso, porque, independentemente dos processos, as vitórias trazem confiança. Se essas vitórias forem somadas ao processo de equipe e ao processo de jogo, esses níveis de confiança ainda aumentam mais. E é isso que nós queremos capitalizar para o próximo jogo”, exaltou o português.
