O técnico Pedro Caixinha analisou o empate entre Ponte Preta e Santos, em 1 a 1, neste domingo (19), no Moisés Lucarelli, pela segunda rodada do Paulistão.
O desempenho do time apresentou muitas mudanças em relação à vitória de estreia contra o Mirassol, por 2 a 1, o que gerou críticas do treinador português. Ele ainda apontou falta de atitude e intensidade na etapa inicial, momento em que o adversário conseguiu abrir o placar.
“A verdade é que hoje, na primeira parte, não existimos. Posso dizer isso porque já falei com o grupo lá dentro. Não podemos, em três dias, mesmo com algumas alterações, deixar de jogar à nossa maneira, colocando em prática os nossos comportamentos.
“Na primeira parte, eu diria que, não só em termos futebolísticos, mas também em relação à atitude superior do adversário, à vontade superior do adversário em querer jogar o jogo, acabamos sendo penalizados. Não tivemos essa atitude, não tivemos essa intensidade, e não fomos um bloco difícil de ser batido. Faltou regularidade e consistência.”
Apesar dos problemas, o técnico também elogiou a reação do time na segunda etapa. Mas reforçou que não é um empate a se comemorar.
“Na segunda parte, gostei da reação da equipe. Aliás, a equipe deu-se mesmo a mostrar que estava ferida no orgulho, nesse caráter. Mas, mais uma vez, nós não somos reativos, não podemos ser reativos, temos que ser proativos. Há muito trabalho a fazer. E há uma coisa muito clara que o grupo também percebeu hoje, quando não podemos ganhar, não podemos perder. Mas um clube dessa grandeza não pode celebrar empates, temos que olhar sempre à frente, buscando conquistas”, analisou.
Questionado sobre as notícias envolvendo um possível retorno de Neymar, Caixinha desconversou e destacou o foco na equipe.
“Eu estou aqui para falar do jogo. Isso é o que importa e o que é normal nas conferências de imprensa pós-jogo. Apenas posso dizer que penso que qualquer treinador do mundo gostaria de ter Neymar no seu elenco. Até o momento, não há nenhuma notícia oficial em relação a isso. Caso se concretize, terei todo o prazer em falar sobre isso. Se não se concretizar, é como se não existisse para mim.”
“Eu peço imensa desculpa, mas não vou falar sobre especulações, porque neste momento são apenas especulações. Não conheço o jogador, não conheço a pessoa, não conhecemos o estado em que ele está. Mas eu acho que é um jogador mundialmente conhecido, com uma qualidade fantástica e indiscutível, que faz falta a qualquer equipe. No entanto, nós temos muito mais coisas para solucionar agora do que pensar numa eventualidade”, completou Caixinha.
O Santos agora se prepara para enfrentar o Palmeiras, na quarta-feira (22), às 21h30, na Vila Belmiro, pela terceira rodada do Paulistão. Caixinha projetou o primeiro clássico da temporada destacando a mentalidade que o elenco precisa adotar.
“Muito provavelmente, não teremos mais jogadores disponíveis. Vamos ver como o Tiquinho estará. Ele ainda tem muito pouco tempo de treino e, acredito, não terá condições de iniciar o jogo. Vamos acompanhar o retorno do Soteldo, que sofreu uma entorse. Talvez amanhã já possa treinar ou, no máximo, depois de amanhã. Temos que avaliar todas essas situações. Agora, uma coisa é certa, se a equipe jogar da maneira que queremos e que eles também querem, não precisaremos nos preocupar com a questão física. Precisamos focar na mentalidade de querer ganhar o jogo, de forma igual contra todos os adversários, seja um clássico ou não.”
Com o empate, o Peixe ocupa o segundo lugar do Grupo B, com quatro pontos. Empatado com o Guarani, que lidera pelo saldo de gols. Portuguesa, com um ponto, e Red Bull Bragantino, ainda sem pontuar, completam a chave.
“Olhando para a tabela, se o nosso adversário direto perdeu, poderíamos ficar a seis pontos de distância e na liderança do nosso grupo. É essa mentalidade que quero criar. Por isso, fico ainda mais frustrado com o desempenho na primeira parte. Isso exige trabalho, dentro do que queremos implementar neste novo ciclo e grande instituição. Não tenho dúvidas de que vamos conseguir, e o próximo jogo será um grande termômetro para o que somos capazes de fazer em termos de mentalidade e capacidade de vencer jogos.”