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Pedro Martins deixa o cargo de CEO do Santos

Por: Pedro César Lélis
3 meses atrás em 27 de maio de 2025
Foto: Raul Baretta / Santos FC

O Santos anunciou, na manhã desta terça-feira, a demissão de Pedro Martins do cargo de CEO. A decisão ocorre em meio a uma crise interna e ao baixo rendimento do time no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. A diretoria já trabalha para contratar um substituto que assuma o comando do departamento de futebol.




Resistência ao projeto de modernização


O ge apurou que setores tradicionais do clube resistiram fortemente às tentativas de Martins de implementar um plano de modernização administrativa. Esses grupos rejeitaram decisões polêmicas, como demissões de funcionários e a adoção de novos processos, o que gerou atritos e frustrou o executivo.


A diretoria propôs remanejar Martins da gestão do Centro de Treinamento Rei Pelé para uma função puramente administrativa na Vila Belmiro, deixando o departamento de futebol sob responsabilidade de outro dirigente. Martins recusou a reorganização e, com isso, decidiu deixar o cargo.




Pressão crescente em meio à crise


Nos últimos meses, a pressão sobre Martins aumentou devido aos resultados abaixo do esperado. O Santos foi eliminado precocemente na Copa do Brasil e flerta com a zona de rebaixamento no Brasileirão. Além disso, o executivo se envolveu em polêmicas como a alta multa rescisória de 2 milhões de euros do ex-técnico Pedro Caixinha e a decisão de manter o atacante Gabriel Veron no elenco após indisciplina.


Em 15 de abril, Martins classificou o “saudosismo” como um dos maiores inimigos do clube em entrevista coletiva, afirmando que “o saudosismo vai matar o Santos”. Na mesma ocasião, ele revelou que o clube perdera competitividade na indústria do futebol por falta de integração entre setores. As declarações, entretanto, causaram desconforto por expor questões internas publicamente, e chegaram a interromper as negociações com o técnico Jorge Sampaoli.


Martins também recebeu críticas por sua gestão no contrato de Caixinha: ao romper o vínculo, o Santos teve que pagar cerca de R$ 15 milhões, incluindo a comissão técnica, sem um acordo prévio de parcelamento. O episódio pode levar a um novo “transfer ban” imposto pela Fifa ao clube.


Quanto a Gabriel Veron, Martins se posicionou contra o afastamento definitivo do jovem atacante, mesmo após atrasos recorrentes a treinos. A manutenção de Veron no elenco foi outra frente de atrito interno.




Próximos passos


O Santos contratou Pedro Martins em dezembro de 2024 e colocou sob sua liderança as contratações de nomes como Leo Godoy, Zé Ivaldo, Zé Rafael e a repatriação de Neymar, embora essa última tenha sido conduzida principalmente pelo presidente Marcelo Teixeira. Agora, o clube analisa candidatos à vaga de CEO com o objetivo de estabilizar as finanças e retomar o foco esportivo. A diretoria espera que o novo gestor assuma o cargo nas próximas semanas para já planejar o restante da temporada.