A atitude de Memphis Depay ao se recusar a retornar ao banco de reservas no segundo tempo da derrota do Corinthians para o São Paulo, no último sábado, 19, causou insatisfação dentro do clube. Substituído por Dorival Júnior no intervalo, o atacante deixou o gramado e o vestiário visitante minutos após o jogo, sem falar com ninguém, embora tenha retornado para a reunião final com o elenco.
A diretoria do Corinthians deve investigar a partir deste domingo, 20, os motivos da postura do jogador. Não está descartada uma nova conversa entre as partes, semelhante à realizada em 10 de julho, quando Memphis faltou a um treino por questões financeiras e precisou pedir desculpas ao grupo, pagando uma “caixinha” para o elenco. Apesar disso, a relação entre o atacante e parte da atual gestão continua desgastada.
Fontes internas disseram à Trivela que Memphis “precisa definir o que quer da carreira”, evidenciando o impasse. O diretor de futebol Fabinho Soldado, que deverá buscar um diálogo com o atleta, já foi visto como um aliado dos jogadores, mas perdeu influência sobre o neerlandês, que tinha maior confiança em antigos dirigentes como Pedro Silveira e Vinicius Cascone.
Nos bastidores, há uma avaliação crescente de que o desempenho esportivo de Memphis não compensa o alto custo para o clube, estimado em cerca de R$ 6 milhões mensais, entre salário, direitos de imagem e encargos. O comportamento dentro e fora de campo também tem gerado desconforto na diretoria.
Substituição no Majestoso
Dorival Júnior explicou que as mudanças feitas no intervalo visaram corrigir a falta de energia e postura da equipe no primeiro tempo. Sem citar nomes, o treinador destacou que o time sofreu pela ausência de intensidade e pagou caro por isso.
“O primeiro tempo foi irreconhecível por falta de postura e entrega. Não fizemos o que era necessário e pagamos um preço alto. É inaceitável que isso aconteça. Quando falta energia, você oferece espaço para o adversário jogar. Tive que mexer no time, tirei três jogadores, poderia ter tirado cinco ou seis, pois não foi um jogo no padrão esperado”, afirmou.
Além da questão técnica, a substituição de Memphis também teve um caráter simbólico: afinal, demonstrar que, sob o comando de Dorival, ninguém está acima do grupo e que apenas o nome não garante lugar na equipe.
Além disso, o relacionamento entre o treinador e o jogador já apresentava sinais de desgaste em partidas anteriores, e o clássico contra o São Paulo evidenciou essa questão.
Por enquanto, o futuro de Memphis no Corinthians ainda é incerto. A diretoria deve avaliar as conversas e o comportamento do atacante para decidir se ele seguirá no clube até o fim da temporada.