Casares banca Belmonte e conselheiros no futebol do SPFC

Presidente detalha plano de profissionalização, aposta na base e em instrumentos financeiros para equilibrar o clube

Por: Pedro César Lélis
1 mês atrás em 1 de outubro de 2025
Arquivo pessoal / Julio Casares


Julio Casares assumiu a presidência do São Paulo em 2021 e, desde então, busca profissionalizar a gestão do clube. Porém, ele ainda mantém conselheiros em posições estratégicas no futebol, como Carlos Belmonte, e afirma que não vai dispensá-lo.



“Se o clube conquistou três títulos chegando em cinco finais em cinco anos, tem mérito. Mas, te garanto que a tendência hoje é o São Paulo tomar decisões 100% planejadas. Sou presidente, vou sair do São Paulo, mas eu vou prosseguir com minha missão na livre iniciativa privada. Amanhã posso fazer parte do conselho consultivo. E não vou abrir mão do colaborador que tem história no clube”, disse Casares em entrevista à NSports.





Protestos e avaliação da cúpula




Na última segunda-feira, antes da partida contra o Ceará, Casares, Carlos Belmonte, Rui Costa e os diretores adjuntos Fernando Chapecó e Nelson Ferreira foram alvo de protestos da Torcida Independente, principal organizada do clube. Apesar disso, o presidente demonstrou confiança na equipe de gestão:



“O diretor institucional é um facilitador, não é um cara que vai interferir de forma amadora. No São Paulo não há o hábito de que quando ganha está tudo certo e quando perde está tudo errado. Tudo é sinal. Estamos no caminho, mas precisamos muito do conselho de administração, que tem indicação de conselheiros, mas tem três membros independentes que vieram do mercado: Ricardo Lacerda, banqueiro, Luiz Lara, grande homem de marketing, e o outro é o nosso Marcelo D’Arienzo, que vem do Grupo Península com muita experiencia em gestão. Essas mentes arejadas juntamente com os colaboradores institucionais nos ajudam muito”, prosseguiu Julio Casares.





Foco na sustentabilidade e base


Casares destacou que, além dos resultados esportivos, a prioridade atual é estruturar financeiramente o clube e investir na base.



“O clube conseguiu de forma competitiva se reconectar com sua torcida ao vencer o Campeonato Paulista, a Copa do Brasil, que era o único campeonato que ainda não tinha, ganhou a Supercopa e chegou em duas finais em 2022: Paulista e Sul-Americana. Esse legado esportivo existe. Claro que o torcedor quer seguir ganhando, também queremos, mas agora nossa prioridade são dois pilares: a equação de uma organização financeira para que ela fique em queda com garantias de contratos e recebíveis e uma ação estratégica na base, que é o futuro de qualquer clube de futebol”, afirmou.



Para viabilizar essa estratégia, o São Paulo aposta em instrumentos financeiros. Um deles é o FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), voltado para reestruturação econômica do clube. Outro é o FIP (Fundo de Investimento em Participações), direcionado à base, que deve levantar R$ 250 milhões e fornecer recursos para quitar dívidas e aprimorar a formação de atletas em Cotia.