Rafael Tolói é apresentado no São Paulo

Zagueiro de 34 anos projeta liderança e já se coloca à disposição de Crespo para Brasileirão e Libertadores

Por: Pedro César Lélis
1 semana atrás em 9 de setembro de 2025
Foto: João Pedro Brandão


Dez anos depois de a Atalanta, da Itália, pagar R$ 14 milhões por ele, Rafael Tolói retorna ao São Paulo. Aos 34 anos, o zagueiro reforça o Tricolor na busca pelo tetracampeonato da Conmebol Libertadores.


Pouco mais de três semanas após o anúncio, Tolói recebeu a camisa 2 das mãos do presidente Julio Casares, número vago desde a saída de Igor Vinícius, e concedeu sua primeira entrevista coletiva no CT da Barra Funda.


Livre no mercado, Tolói assinou contrato até o fim de 2026, com renovação automática em 2027 caso alcance as metas previstas. O defensor acumulou 133 partidas e seis gols em sua primeira passagem pelo clube, incluindo a conquista da Copa Sul-Americana de 2012 ao lado de Lucas Moura.



Preparado para jogar


Adaptado aos novos companheiros, Tolói se colocou à disposição do técnico Hernán Crespo para os próximos compromissos. Ele já deve ser relacionado para o jogo contra o Botafogo, pelo Brasileirão, e depois para o confronto com a LDU, pelas quartas de final da Libertadores.



“Chego num momento importante da temporada, temos duas competições importantes. Eu tive três semanas para me condicionar melhor e posso agregar com experiência, com o que vivi na Itália. Aqui jogamos com três zagueiros e me sinto muito à vontade, me senti bem no coletivo de sábado (contra o sub-20), estou feliz e estou aqui para ajudar”, declarou.


“As semanas de trabalho foram importantes, com a tecnologia que temos hoje eu pude acompanhar meu rendimento em comparação ao elenco. No período antes de acertar com o São Paulo eu estava treinando, mantive a parte aeróbica, me sinto bem e à disposição para o final de semana.”




Experiência na linha de três


Tolói se tornou especialista em defesa com três zagueiros durante sua passagem pela Atalanta, comandada por Gian Piero Gasperini, técnico conhecido pelo esquema 3-4-3. O defensor destacou que prefere atuar pelo lado direito da defesa.



“Estou à disposição para ajudar o treinador e os companheiros. Lá na Atalanta eu joguei a maioria dos jogos pela direita, que é onde eu me sinto mais à vontade. A conversa com o Crespo foi bacana, porque eu fiz um bom treinamento e ele me elogiou bastante, então foi bom ouvir isso porque estou voltando. Valeu a pena o período que treinei sozinho, estou bem, é difícil treinar sozinho porque o futebol é coletivo, mas essas semanas aqui no grupo foram essenciais e me sinto bem.”




Liderança no dia a dia


Tolói destacou ainda seu estilo de liderança, construído ao longo de anos como capitão da Atalanta.





“Fui capitão na Atalanta por seis ou sete anos, minha principal liderança sempre foi no dia a dia, no trabalho, nunca fui o cara de ficar falando várias belas coisas para motivar para uma partida. A motivação está em nós, em defender um time como esse, em vestir uma camisa tão pesada como essa. Me sinto bem à vontade para falar dessa maneira, estou aqui para mostrar essa liderança no dia a dia e estou feliz e motivado. É uma grande oportunidade, quero fazer com que essa seja outra passagem de sucesso.”



Negociação



“O sonho de todo atleta é jogar num clube como o São Paulo e estou tendo a oportunidade de ter a segunda passagem, fiquei honrado com a intenção de me contratarem. Não pensei duas vezes em voltar, a negociação foi rápida ao contrário do que falaram, então não pensei duas vezes em voltar.”



Retorno



“Fiquei 10 anos na Atalanta e senti que era hora de mudança, teve interesse de outros clubes, mas nenhuma procura oficial e quando o São Paulo me procurou eu tive uma vontade muito grande de voltar, pelos momentos que vivi aqui. É um sonho jogar no São Paulo e estou tendo a oportunidade de jogar pela segunda vez. Não sou mais o menino de antes, tenho dois filhos e uma boa experiência na Europa.”



Reencontro com Muricy e novidades



“Falar da recepção que eu tive, foi muito especial, o Muricy que é uma grande pessoa, um grande ídolo do clube, mas de todos que aqui trabalham, eu fui muito bem recebido por todos e isso me deixa mais motivado. Tem coisas que valem muito na carreira de um atleta e isso é uma delas. A estrutura do clube melhorou, a academia, o Reffis que sempre foi referência. Já foi especial acompanhar o jogo da Libertadores logo que cheguei, estou feliz e motivado para ajudar meus companheiros.”



Linha de três com Crespo e Gasperini



“No fim de semana a gente fez um trabalho coletivo, foi o primeiro que fiz no campo aberto todo. As características deles são parecidas, muita pressão, não deixar o adversário jogar, tanto para defender quanto para atacar, se você roubar a bola no ataque está mais próximo do gol. Conversei bastante com o Crespo, foi bom, o Gasperini tem um jeito diferente de ser, mas o que aprendi lá vai me ajudar aqui.”



Libertadores é prioridade?



“Sabemos da importância para o torcedor pela história que o clube tem na competição, mas o Brasileirão é importante, é o que te leva para a Libertadores, então é pensar jogo a jogo. Temos um grupo muito bom e isso com certeza faz a diferença. O grupo é muito bom, muito unido e precisamos estar preparados para todos os jogos.”



Lições da Sul-Americana de 2012



“Faz tempo (risos), mas foi um momento especial e quando eu vejo o São Paulo hoje na Libertadores, relembro o passado, o grupo também era muito unido e soubemos jogar a competição, dentro e fora de casa. Temos que aproveitar a força do Morumbis, sabemos o que a Libertadores representa, mas é o momento de pensar jogo a jogo.”



Lucas Moura



“Foi bacana reencontrá-lo, relembrar momentos que vivemos, ele é um menino daqui que foi para a Europa e construiu uma carreira de sucesso, fiquei feliz em revê-lo, espero que ele volte o quanto antes para nos ajudar.”