Reforma do Estatuto agita o Corinthians e SAF entra em pauta

Na última sexta-feira, a Neo Química Arena recebeu a segunda audiência pública para discutir a reforma do Estatuto do Corinthians. O encontro, focado principalmente na possibilidade de o Fiel Torcedor votar em eleições do clube, acabou abrindo espaço para outro tema que mobiliza parte da torcida: a transformação do Timão em SAF. Após a sessão, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, comentou o assunto e reforçou a importância da abertura do debate.

“Eu acho que a gente está fazendo o nosso papel, garantindo as audiências públicas, ampliando o debate, inscrevendo todos aqueles que querem falar, dando a palavra… Temos que contribuir, temos que debater”, afirmou Tuma, ao explicar o objetivo das reuniões.

O presidente também abordou o recente pedido de intervenção judicial feito pelo Ministério Público, que tem investigado o clube. Segundo ele, a narrativa de que as instâncias internas não funcionam não condiz com a realidade.

“Não é justo a pessoa vir aqui, participar de uma reforma estatutária, contribuir com proposta… e depois ficar mandando documentos para o Ministério Público dizendo que o Corinthians não funciona nas suas instâncias internas. Não é verdade”, afirmou. Em seguida, completou: “Se não estivesse funcionando, não tinham caçado o presidente, não tinha gente na ética como tem hoje.”

Tuma ainda citou a resistência de parte do clube à proposta de uma comissão de ética independente, reforçando que o ritmo das decisões internas não significa ausência de justiça.

“Os prazos não são aqueles que a gente espera, mas nem sempre os prazos da justiça também são aqueles que o cidadão espera. Isso não quer dizer que não está funcionando”, disse.

O projeto SAFiel, movimento criado por torcedores para defender a criação de uma SAF no Corinthians, também entrou na pauta. Tuma garantiu que a proposta será ouvida e que o novo Estatuto prevê mecanismos para modernizar a governança do clube.

“O debate tem que acontecer. Independente se é a favor ou contra, vai acontecer. Nós temos no estatuto uma previsão de que o clube pode se preparar para ser uma SAF… E o Corinthians não pode ser diferente”, afirmou o dirigente.

Segundo ele, os representantes do SAFiel serão recebidos com prioridade na audiência destinada ao tema.

“Todo mundo tem direito de falar dez minutos… É óbvio que eu vou dar para eles um pouco mais que isso. Eles não vão poder sair daqui falando que não tiveram tempo de falar para o conselho. Vão falar. Fiquem tranquilos”, concluiu.

A discussão sobre a SAF está marcada para o terceiro dia de audiências públicas, que será realizado nesta segunda-feira, 8, no Teatro do Corinthians, a partir das 18h. As reuniões seguem até fevereiro, com até 11 encontros previstos, todos abertos mediante inscrição prévia por e-mail.