Renúncia de Filippo amplia instabilidade na Ferroviária

Após o rebaixamento para a Série C, Filippo Bertolucci deixa o comando do conselho e encerra uma gestão marcada por dois acessos, dois rebaixamentos e obras estruturais que pouco avançaram

Por: Neila Gonçalves
5 horas atrás em 28 de novembro de 2025
Foto: Guilherme Moro



Filippo Bertolucci deixou a presidência do Conselho de Administração da SAF Ferroviária três dias após o rebaixamento para a Série C. A saída encerra um ciclo de três anos marcado por altos e baixos: dois acessos nacionais e dois rebaixamentos, incluindo o do Paulistão de 2023, seu primeiro trabalho no comando. À época, Filippo justificou a queda estadual afirmando que o clube vivia “problemas estruturais” e que assumiu o projeto quando “já tinham 13 jogadores inscritos”, o que dificultou qualquer correção de rota.

O dirigente, herdeiro do empresário Giuliano Bertolucci, assumiu papel central após a compra da SAF em 2022. As reestruturações geraram resultados imediatos no segundo semestre de 2023, culminando no vice-campeonato da Série D e no acesso à Série C. Em 2024, porém, as campanhas no estadual voltaram a decepcionar, com eliminações nas quartas de final da A2. O ponto alto do ano foi subir para a Série B após três décadas, mas a permanência durou pouco: o time caiu novamente em 2025, selando o segundo rebaixamento da gestão.

Fora de campo, os investimentos somaram cerca de R$ 48 milhões entre 2023 e 2024, além do anúncio de um novo Centro de Treinamento estimado em R$ 30 milhões — projeto que avançou menos do que o planejado. O clube também trocou de comando diversas vezes: cinco técnicos passaram pela equipe e três diretores-executivos assumiram funções estratégicas nesse período.

Mesmo após renunciar, Filippo segue como acionista majoritário da SAF, enquanto o clube inicia tratativas para definir o novo presidente. A Ferroviária volta a campo em janeiro, pela Série A2, com 12 jogadores ainda vinculados para a próxima temporada.