Sede da empresa foi visitada por policiais com mandados de busca e apreensão
Uma das empresas responsáveis pela compra da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Juventus, a Reag Investimentos, se envolveu na operação “Carbono Oculto” realizada na Faria Lima, em São Paulo, na última semana.
A operação descobriu uma rede criminosa que operava em toda a cadeia de distribuição de combustíveis e que usava fundos de investimento para lavar dinheiro em benefício do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Agentes da PF cumpriram um mandado de busca e apreensão na sede da Reag, localizada na capital paulista. Em um comunicado à imprensa, a empresa confirmou o ocorrido e diz estar colaborando para o processo da investigação.
De acordo com a apuração do portal Maquina do Esporte, a empresa administra o Location Fundo de Investimentos e Participações Multiestratégia, apontado como instrumento para movimentar os recursos.
O fundo seria ligado ao empresário Mohamad Hussein Mourad. O Location tinha um único cotista, Renato Camargo, que fez cinco depósitos somando R$ 54 milhões, quantia considerada incompatível com seu patrimônio. O Santander reportou a operação ao Coaf, identificando que ao menos R$ 45 milhões vieram, na verdade, de uma conta de Mourad. O dinheiro teria sido usado para comprar a Gasp Investimentos, controladora da Copape e da Aster, empresas envolvidas na operação.
Segundo a apuração, Walter Martins Ferreira III, sócio da Reag, teria atuado para ocultar o verdadeiro beneficiário do fundo. A PF também apura o uso do BK Bank para movimentações financeiras do grupo.
A assinatura dos documentos finais da venda da SAF para o consórcio Reag/Contea só será realizada após a finalização da due diligence (processo de análise da compra entre as duas empresas). A partir desse momento, os compradores deverão fazer imediatamente o aporte de R$ 20 milhões estipulado na proposta.