Supervisor da AFE comenta escolha difícil da Copa Paulista

Em entrevista ao quadro Exclusiva TSP, no nosso canal no YouTube, conversamos com Juninho Amstalden, supervisor de futebol da Ferroviária. Ele analisou o dilema que envolve os finalistas da Copa Paulista — XV de Piracicaba e Primavera — sobre qual vaga escolher: Copa do Brasil ou Série D

Por: André Victor Lima e Silva
1 semana atrás em 30 de setembro de 2025
Instagram: prof.amstalden


Em entrevista ao quadro Exclusiva TSP, no nosso canal no YouTube, conversamos com Juninho Amstalden, supervisor de futebol da Ferroviária. Ele analisou o dilema que envolve os finalistas da Copa Paulista — XV de Piracicaba e Primavera — sobre qual vaga escolher: Copa do Brasil ou Série D. Juninho teve que tomar a mesma decisão quando trabalhava no Nhô Quim, campeão da Copa Paulista de 2022.


Paulistão على X: "ESPORTE CLUBE XV DE NOVEMBRO! 🏆🏆 O XV de Piracicaba e é o campeão da Copa Paulista 2022! #FutebolPaulista #CopaPaulista 📷José Luis Silva e Matheus Dahsan/Ag. Paulistão https://t.co/3uOd2FOi4m" /

Na época, o XV optou por jogar a Série D do Brasileirão – Foto: José Luis Silva e Matheus Dahsan/Ag. Paulistão


Juninho iniciou destacando a necessidade de cada clube avaliar sua própria realidade antes da decisão. “Cara, eu acredito que o primeiro passo é sinalizar internamente o seu clube. Porque às vezes eu tenho um clube que está financeiramente desequilibrado e eu tenho contas a pagar a curto prazo. Então, talvez colocar em jogo a escolha pela Copa do Brasil, que te dá um retorno financeiro momentâneo mais vantajoso, seria coerente.”


Série D é sonhar alto, mas…


No entanto, para ele, a Série D oferece mais perspectivas estratégicas. “A Série D é muito mais chamativa. Ela te dá um trabalho a longo prazo, você consegue pensar e planejar a longo prazo.” Juninho ressaltou, contudo, a dificuldade da competição. “Talvez seja o acesso mais difícil das quatro divisões nacionais, haja vista a quantidade de times, a disputa, a logística.”


O supervisor também destacou a diferença entre os contextos de cada clube. “O grande problema de escolher a Série D estando numa Série 2 é que ou você sobe, ou você não tem mais. Diferente do Primavera, por exemplo, o Primavera está na Série 1 agora. Então, se o Primavera somente não cair no ano que vem na Série 1, ele já consegue a vaga na Série D do outro ano.”


Segundo Juninho, os clubes da Série A2 sofrem limitações financeiras que dificultam o planejamento de temporadas longas. “A gente sabe que os clubes da Série 2 financeiramente às vezes não estão nas suas melhores condições para poder se planejar por ano todo. Porque é difícil, a Série D termina em setembro, outubro, então você tem que fazer contratos mais longos para montar um bom time e vai ter que gastar.”




Para ele, a decisão não deve ser isolada. “É tudo para se analisar e debater com calma, com tempo, e pensar em conjunto com a direção do clube para poder tomar a melhor decisão.”


Juninho também comentou a diferença entre a razão da gestão e a paixão da torcida. “Muitas vezes, essas decisões e a realidade é contrária com o que a torcida quer. O torcedor quer a vitória, ele quer o acesso, ele quer o melhor para o clube dele. Então acho que essa divisão entre razão e paixão é um componente muito importante para que os clubes se organizem, pensem no futuro, pensem nas melhores decisões.”


Para concluir, reforçou a importância da gestão responsável. “É bem difícil, não é algo fácil de se fazer, mas boas gestões precisam de desafios, precisam de muita consciência, de decisões muito planejadas e pensadas.”


Confira a entrevista na íntegra!