Em mais um capítulo da crise institucional do Corinthians, membros das principais torcidas organizadas invadiram o Parque São Jorge, sede social do clube, na tarde desta terça-feira, 3. Com correntes e cadeados, os torcedores fecharam os portões do local e anunciaram que o clube está “fechado por má administração”.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram dezenas de torcedores entrando no clube aos gritos de “a revolução começou” e “fechado por má administração”. Entre os presentes estava Alê, presidente da Gaviões da Fiel, que afirmou se tratar de uma manifestação pacífica.
A ação foi organizada por seis torcidas organizadas: Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra. Em nota conjunta, os grupos classificaram o protesto como “um ato de resistência contra o sistema político que vem prejudicando o Sport Club Corinthians Paulista há décadas”.
As torcidas também apresentaram uma pauta de reivindicações. Como o direito de voto para o Fiel Torcedor, reformulação do programa de Sócio-Torcedor, mudanças imediatas no Estatuto Social do clube e punição a ex-dirigentes responsáveis por dívidas acumuladas. Até o momento, a diretoria do Corinthians não se pronunciou oficialmente.
Crise política se intensifica
A invasão ocorre dias após um novo episódio de instabilidade no clube. No sábado, 31, Augusto Melo, afastado do cargo após aprovação de impeachment pelo Conselho Deliberativo, tentou reassumir a presidência com base em um ofício assinado por Maria Angela de Souza Ocampos, conselheira aliada que se autodeclarou presidente do Conselho.
Osmar Stabile, vice-presidente e atual presidente interino, rejeitou a tentativa. Surpreso com a movimentação, ele acionou a Polícia Militar para garantir a segurança no Parque São Jorge e se recusou a deixar o cargo. Torcedores da Gaviões compareceram ao local, mas não confrontaram a segurança, e os presentes desocuparam a sala da presidência pacificamente.
Com os ânimos cada vez mais exaltados, o Corinthians vive um momento de profunda instabilidade política, que coloca em xeque a governabilidade no clube.