A Ponte Preta se despediu do Campeonato Paulista após a derrota por 2 a 0 para o Red Bull Bragantino, no Majestoso. A equipe, que dependia apenas de si para avançar, acabou ultrapassada pelo Palmeiras, que venceu o Mirassol e ficou com a vaga.
Apesar da frustração, o técnico Alberto Valentim valorizou a campanha da Macaca e falou em “virar a página” para focar nos próximos desafios.
“Quarta melhor campanha, um ponto do primeiro e do segundo do nosso grupo. O Grupo A, foram cinco pontos de diferença do segundo para o terceiro. Quatro no grupo B, do segundo para o terceiro. E 10 no grupo C, do segundo para o terceiro. Melhor defesa. Melhor visitante. Então esse é o balanço que eu faço hoje, lembrando que aqui é o que nós controlamos. É uma Ponte Preta em reconstrução, com 19, 20 jogadores que chegaram. Falo isso porque amanhã nossa temporada está só começando. Então, virar a página, porque nós temos um jogo importantíssimo, que é uma final para a gente, e não pode ser diferente na quarta-feira”, declarou o treinador.
A Ponte teve a melhor campanha como visitante na fase de grupos, mas não conseguiu repetir o mesmo desempenho dentro de casa. A equipe venceu apenas um jogo no Majestoso, justamente o dérbi contra o Guarani, além de somar três empates e duas derrotas. Valentim reconheceu os números e apontou aspectos a serem ajustados.
“São números para a gente refletir também como trabalho, como comissão técnica, para irmos evoluindo. Primeiro jogo em casa, um jogo muito bom contra o Santos, merecíamos a vitória, muito bom mesmo. Contra o Corinthians, um jogo um pouco atípico, sinceramente, nós não merecemos perder o jogo. Veio o jogo contra a Portuguesa, onde nós estivemos abaixo. Esse sim, estivemos abaixo, porque o time, com dois a mais, não conseguiu jogar. Veio o dérbi. Merecida vitória, jogamos melhor. Dez pontos, não sei quantos pontos na frente do nosso rival. Sem esquecer isso também, que é outro número importante, porque aqui é um campeonato diferente. Botafogo, 0 a 0. Jogo difícil, um jogo muito igual, né? Empatamos fora também, mas esse era um jogo muito equilibrado“, falou.
Analisando a derrota para o Bragantino, o treinador apontou que o gol sofrido logo no início da partida comprometeu o planejamento da equipe, além de criticar a marcação do pênalti que resultou no segundo gol do adversário.
“O de hoje nós tomamos o gol com um minuto e meio. E isso eu vou falar com muita tranquilidade para vocês: para mim, foram pênaltis rigorosíssimos contra nós. Muito, mas muito mesmo. Isso desestabilizou um pouco a gente. Depois, até no pênalti, se vocês lembrarem bem, nós estávamos bem no jogo. Estávamos buscando, fazendo um jogo ofensivo, da forma que fizemos nos jogos fora. O balanço em casa é positivo também. […] Eu vejo muito pelo início do jogo. Sofremos um gol com um minuto e meio, depois veio um pênalti – que, na minha opinião, não foi – e isso mudou a partida. Contra uma equipe forte da Série A, que, inclusive, conversando com eles depois nos bastidores, falta apenas um encaixe para ser ainda melhor, fica complicado reverter. Então, se for para dar uma resposta mais precisa, acredito que o começo do jogo teve um impacto direto na atuação da nossa equipe”, analisou.
Com o Paulistão encerrado, a Ponte Preta agora concentra forças para a Copa do Brasil e, principalmente, para a Série C do Campeonato Brasileiro. O treinador destacou a importância da montagem do elenco e projetou os desafios do clube.
“Nosso dia a dia é de um prazo longo de validade. Ou seja, nosso objetivo é o acesso na Série C. Isso vale muito para os dois campeonatos que teremos agora: Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Em relação ao meu trabalho, primeiro, é um trabalho da comissão técnica, sim, mas também junto com a diretoria e os jogadores. Porque você precisa achar as peças certas para que as coisas funcionem. Tem que encaixar perfis de jogadores que sabem o peso da camisa, características que eu gosto. Isso bateu muito com aquilo que conversávamos e conseguimos trazer para esse Paulista. O saldo é muito positivo em relação aos números e ao que esperávamos.”
O próximo compromisso da Macaca será nesta quarta-feira (26), contra o Concórdia, fora de casa, pela primeira fase da Copa do Brasil. Valentim projetou a partida e alertou para as dificuldades do confronto.
“É uma dificuldade grande ter que vencer o jogo para evitar os pênaltis. Até é bom que se fale sobre isso, porque nos últimos dias temos discutido muito um outro tema importante. Nossa maior preocupação, além do adversário – que encara essa primeira fase como um jogo da vida e uma oportunidade financeira –, é o gramado. Não estou dando desculpa, apenas explicando. Fala-se tanto sobre banir ou não os gramados sintéticos, mas o que sabemos é que lá não teremos um gramado bom. Esse é um grande problema para nós. Então, além do regulamento que mudou, essa é mais uma dificuldade que teremos que superar”, falou.
Por fim, Valentim agradeceu o apoio da torcida, que aplaudiu a equipe mesmo com a eliminação, e destacou a entrega do elenco ao longo da competição.
“É uma torcida que sabe o quanto estamos nos entregando no dia a dia e reconhece que esse time tem uma identidade diferente do que foi no ano passado. Hoje, todos correm, todos lutam para representar o escudo da instituição da melhor forma possível. Só tenho a agradecer pelo apoio e pelo grande número de torcedores que vieram ao estádio. Foi uma pena não conseguirmos um resultado melhor, por nós, pela Ponte, pelo presidente, pela diretoria e pelos jogadores que se entregaram muito. No vestiário, todo mundo estava chateado. Ficamos a um ponto dos dois classificados, um ponto atrás do Palmeiras, que é um time com tudo de melhor que se pode ter em uma equipe organizada. Pecado… mas valeu”, finalizou.
