O treinador Vinícius Fernandes, responsável pelas categorias Sub-15 e Sub-17 do Marília, compartilhou sua trajetória e visão de trabalho em entrevista ao Tudo Sobre Paulista. Ex-jogador da base do clube, ele interrompeu a carreira aos 19 anos após uma grave lesão no joelho e desde então se dedicou à formação de jovens atletas. “Comecei na faculdade de Educação Física e já entrei para treinar equipes da escola de futebol da minha família. Hoje, sigo nesse caminho com 12 anos de experiência”, contou.
No Marília, Vinícius assumiu o Sub-13 em 2023 e vem acompanhando a evolução do mesmo grupo nas temporadas seguintes, além de ter herdado o Sub-17 a partir da quarta rodada do Paulista deste ano. A diferença entre as categorias é clara para ele: “No Sub-15 ainda existe dispersão, a gente precisa chamar mais a atenção dos meninos para o trabalho. No Sub-17 a maturidade pesa, eles já enxergam a proximidade do profissional”.
Sobre o nível do Campeonato Paulista Sub-17, Fernandes destacou o peso físico das partidas, especialmente contra equipes como a Ponte Preta, líder da competição. “Jogamos com seis ou sete meninos mais novos e sentimos a diferença na força. No primeiro tempo foi equilibrado, mas o desgaste apareceu depois”, avaliou.
O treinador também comentou a disparidade entre clubes grandes e os do interior, que têm menos jogos e competições no calendário. “Os meninos dos grandes jogam 50, 60 partidas por ano, contra 20 dos nossos. Eles ganham experiência e cancha. Precisamos criar alternativas para oferecer mais jogos de alto nível”, explicou.
Aos 30 anos, Vinícius busca formar atletas corajosos e ofensivos. “Quero jogadores que sempre busquem o passe para frente, que não aceitem ficar sem a bola. No Brasil faltam meias criativos como antes. Se a gente estimular isso na base, podemos voltar a ter grandes nomes”, afirmou.