O novo técnico do Santos detalhou como pretende utilizar Neymar e outros jogadores-chave para melhorar o desempenho da equipe
O Santos apresentou nesta terça-feira, 26, o técnico Juan Pablo Vojvoda. O argentino, de 50 anos, assinou contrato até o fim de 2026. Na coletiva de apresentação, que contou com a presença do executivo de futebol Alexandre Mattos, Vojvoda destacou a importância de Neymar e do elenco do Peixe.
Questionado sobre como pretende utilizar o camisa 10, o treinador afirmou:
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“(Neymar) Não é problema, é solução, isso tem que vir de minha parte. Se vejo de camisa 10, de camisa 9, ele pode jogar. Ele quer a bola e nos momentos difíceis. É para a gente proteger e fazer render o time todo. Falei com ele. Tem compromisso com o Santos. Conversei com Alexandre, o primeiro que falamos foi Neymar, sabemos o que significa esse ano para ele. Meus filhos são fãs dele.
“Imagino um Neymar determinante, que se divirta. É um jogador que faz a gente se divertir. Poucos jogadores possuem essa capacidade. O futebol é isso, é a essência do futebol. Há determinados jogadores que conseguem isso, e Neymar consegue. Vou aprender com Neymar, aprender como é estar com um jogador como ele. Não é um jogador qualquer, é um dos melhores do mundo, que conseguiu tudo por sua capacidade e humildade. Quero ajudar. Ele ama o Santos, Santos o ama. Ele escolheu neste momento voltar ao Santos. Isso tem um valor importante. Onde imagino Neymar? Ele pode jogar em qualquer posição. Vamos procurar conhecê-lo. Neymar rendia no Barcelona por esses jogadores e sua capacidade, mas no Santos? É um desafio fazer Neymar render.”
Vojvoda ainda comentou sobre a condição física do atacante, que não participou dos últimos treinos por dores na coxa:
“Falei com os profissionais do clube, quero primeiro assistir aos treinos, observar, conversar. Conversei muito com os profissionais do clube, mas quero falar com Neymar também. Sabemos o que significa Neymar para o Santos e para o Brasil, neste ano, pensando em Seleção. Quero provocar uma ajuda desde a humildade em um jogador deste tamanho.”
O treinador comentou sobre a pressão de assumir o Santos em momento delicado, com duas derrotas consecutivas no Brasileirão:
“Sei que temos que ganhar domingo. O foco está em conseguir rendimento. Obriga a ter resposta imediata. Fui contra o Bahia, analisei e também outros jogos. Enfrentamos o Santos neste ano. Onde vou trabalhar? Hoje vou conhecer meus jogadores e trabalhar para domingo. Nossa prioridade é essa. Momento é difícil, mas precisamos estar juntos, corrigir erros. Temos que confiar no nosso elenco e nos nossos jogadores.”
Sobre reforços e elenco:
“Estou convencido de que temos um bom elenco. Temos pouco tempo para fechar a janela, mas vai servir para ter um treinador novo e isso estimula jogadores. É nesse caminho que iremos pelo urgente, conseguir o resultado. Sem desespero, logicamente.”
Vojvoda comentou sobre Guilherme, afetado por críticas da torcida:
“Sei o que aconteceu. É uma situação que não se vive somente no Santos. Ele está afetado pela situação, é uma pessoa. Eu consegui rendimento profissional dele, ele me deu rendimento, vi o Santos na Série B, no Paulistão, ele mostrou rendimento. Todos os jogadores passam por momentos ruins, e Guilherme tem que ser forte neste momento. Ele é forte, tem resiliência e tem que saber que está em um clube como o Santos. Ele sabe que a repercussão quando as coisas vão bem é enorme. Fez um grande Paulistão. Futebol é paixão, vamos ter que continuar falando sobre isso.”
O argentino detalhou sua filosofia de trabalho:
“Não tenho uma ideia fixa. Varia muito meu comportamento tático. Sou um treinador de adaptação, que se adapta ao elenco. Muitas vezes me adapto ao que pode acontecer nas partidas, na estratégia. Às vezes o time encaixa com um sistema e continuamos. Às vezes o adversário conhece o sistema, e temos que modificar. Não quero colocar uma etiqueta, se sou treinador de posse de bola, defensivo, se sou treinador ofensivo. Eu me adapto, sou um treinador de futebol que procuro rendimento dos meus jogadores, exijo rendimento. Esse rendimento individual tem que ajudar o coletivo. Tenho que conhecer meus jogadores e fazer o time funcionar.”
Sobre Escobar e Guilherme:
“Sempre os jogadores que trabalham comigo ajudam. Muitas vezes nos primeiros dias, primeiros meses, ajudam muito. Há entendimento da parte tática, muitas vezes falo que é muito importante. A palavra de um jogador é importante, porque quando um jogador faz isso e é convencido. Quando o jogador diz que tem que fazer isso por igualdade de condições, é diferente. Os dois jogadores, em particular, tive a oportunidade de trabalhar. Conto com eles. Vou, como todos, tratar de conseguir o maior rendimento. Isso não significa que vão ser titulares domingo porque trabalharam comigo. Vão ter que trabalhar, eles me conhecem. Muitas vezes joga bem, mas no próximo jogo a estratégia é outra. Às vezes preciso de você para começar ou para fechar os 30 minutos finais.”
Sobre a base do Santos:
“Enquanto a base, sabemos que historicamente o Santos é a base. Sempre quando estava em outros clubes, não só no Brasil, há meninos que jogam com 17 ou 18 anos. É cultura. Quando falei da essência, falei dessa essência. Um garoto em outro clube precisa passar por processo até chegar a 20, 21 anos. No Santos, esse processo está com 17 ou 18 anos e ele está pronto. Como explica-se isso? Por que no Santos acontece isso? Acho que vocês (imprensa) devem ter uma resposta disso. Gosto de jovens, gosto de equilíbrio. Ontem falávamos de saber o momento. O garoto responde em momentos difíceis no Santos. Muitos treinadores do Santos olhavam para a base. Para mim é importante.”
Vojvoda comentou sobre a alta rotatividade de treinadores no Santos e sua visão de curto prazo:
“Sei o histórico e a realidade. Não pensei nisso de longo prazo. Se pensar muito, pensar que troca treinador, não pensei nisso. Perguntei o que tínhamos que fazer, me inseri rapidamente na realidade. Quero escutar, falei de conversarmos e falamos de futebol. Santos não iria esperar a vida toda a Vojvoda. Não vou esperar um grande time. É o momento, aceito o desafio e gosto muito. É um desafio para mim. Não é um desafio a mais. Esse é o desafio da minha carreira. Vamos trabalhar para organizar primeiro. Alexandre vai me ajudar, as pessoas vão me ajudar.”