Goleiro relembra Corinthians, saída ao Cuiabá, desgaste mental e explica como reencontrou a motivação no interior paulista
Foto: Maxi Franzoi/AGIFDiscreto fora das câmeras e tímido diante delas, Walter vive no Mirassol a fase mais marcante da carreira. Aos 35 anos, o goleiro, que passou oito temporadas como reserva de Cássio no Corinthians e depois se firmou no Cuiabá, reencontrou motivação no interior paulista — justamente quando pensava em parar.
Nascido em Jaú, Walter chegou ao Mirassol acreditando que seria um reforço para compor elenco, mas acabou assumindo a meta e se transformou em um dos destaques do Brasileirão. Ele só ficou fora de uma partida, por suspensão.
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— Para falar a verdade, eu achei que viria só para ajudar… O professor me disse: “Vou te dar cinco jogos para ver como as coisas vão caminhar”. E acabou tomando uma proporção grande — contou.
A trajetória de Walter ganhou força em 2013, quando o goleiro deixou o União Barbarense e recebeu o convite do Corinthians após ser notado pelo próprio primo.
— Ele bateu na porta do meu quarto e disse que estavam falando do meu nome — lembrou.
No Corinthians, conviveu com grandes nomes, recebeu apoio constante de Tite e viveu seus melhores momentos quando substituiu Cássio em períodos de lesão.
— Foi um momento gratificante poder ser titular do Corinthians… O Tite me dizia: “Fica tranquilo, você vai ter tantas oportunidades quanto o seu trabalho merecer” — afirmou.
Mesmo assim, sua maior sequência foi em 2016, com 26 partidas, antes de se machucar.
Walter também foge do estereótipo do jogador que ostenta. Seu conhecido Gol quadrado 1989 o acompanha desde os tempos de Corinthians.
— Eu gosto muito de Golzinho quadrado… Ele é turbo, então gosto de dar uma aceleradinha, dentro do limite — brincou.
Ainda jovem, preferiu usar o salário para comprar uma casa e garantir estabilidade.
— Meu pai sempre dizia: “Um homem com casa, tudo se resolve” — contou.
A saída do Corinthians foi difícil, mas necessária. No Cuiabá, Walter se firmou, disputou mais de 200 jogos e viveu anos intensos — inclusive com interesse do São Paulo em 2021.
O peso de quatro temporadas lutando contra o rebaixamento, porém, quase encerrou sua carreira.
— O cansaço psicológico é muito pesado… Meu pensamento passou a ser o de encerrar a carreira — admitiu.
A família teve papel decisivo para que ele não desistisse.
— Foi ela que disse: “Vai, você ainda tem mais para dar” — lembrou sobre a esposa.
A chegada ao clube do interior mudou tudo. Em pouco tempo, Walter virou referência e recuperou a paixão por jogar.
Hoje, longe de pensar em parar, ele prefere esperar o fim do campeonato para discutir renovação.
— Agora? Não, ainda não. Primeiro vamos terminar o campeonato. Depois a gente vê o que faz — disse.
E definiu seu momento atual com uma única palavra:
— O renascimento.