Durante a entrevista do candidato à presidência do Santos, Ricardo Agostinho, nesta quinta (30), foram debatidos diversos temas, como a situação financeira atual do Santos, a gestão do futebol, os planos para a nova Vila Belmiro, o desenvolvimento do time feminino e a busca por reforços para a próxima temporada. Também foram discutidas polêmicas recentes envolvendo o candidato nas redes sociais. Os associados do Peixe irão escolher, no dia 9 de dezembro, o dirigente que irá liderar o clube no triênio 2024-2026.
QUEM É AGOSTINHO?
"Tenho 54 anos, trabalhei na área farmacêutica, tive lojas de atacado em São Paulo. Torço para o Santos desde os seis anos de idade, na minha primeira vez na Vila. Naturalmente segue até hoje, inclusive vendo ontem o passeio que tomamos na Vila, mas faz parte: são três anos sem ter um bom time. Já fui embaixador do Santos em São Paulo, fui candidato na última eleição, participando da votação online. Me sinto respaldado pelo sócio e tenho trabalhado desde abril em prol desta candidatura, com grandes profissionais. Já temos vice, fomos os primeiros a registrar, então estamos levando o Santos à sério. Não chegamos aqui na última semana antes da eleição."
Quais são os planos para a situação financeira do Santos?"As finanças do clube não eram administráveis na última campanha, verdade seja dita. Continua não sendo, temos que ter isso muito claro. Temos falado com pessoas do mercado, inclusive em uma reunião com o presidente para entender melhor a dívida. Conversei com o Paulo Dutra, que trabalhou com o Bandeira de Mello no Flamengo, para nos situarmos um pouquinho. Com o regime de execução que o Santos tem hoje, há mais clareza para entender os prazos da dívida. O Santos tinha um problema muito grave: de repente entrava dinheiro no cofre, e algum juiz bloqueava por diversos motivos. Jogadores que entraram na Justiça contra o clube, por exemplo, porque o Santos não pagava impostos. Mas com o regime, temos uma tranquilidade para trabalhar. O que o Santos precisa fazer rápido é gerar recurso, e isso não é vender jogadores como David Washington, Rodrygo, que com dez ou doze partidas vão embora. Gerar recursos é com plano de sócios, com captação que pode ser via SAF, market place, aplicativo. Temos mais de vinte produtos que o Santos pode utilizar para melhorar a situação a curto prazo, sem ser comprando e vendendo jogador, mas o Santos não executa."
CRÍTICAS À GESTÃO RUEDA:
"Nos últimos três anos o Santos comprou 47 jogadores, em janeiro terá 51 atletas, um número absurdo. Muitos deles vamos ter que rodar. São ativos do clube, mas não deram certo. Vamos colocá-los no mercado. É uma maneira não só de rentabilizar, mas também melhorar o elenco. Nesses três anos o Santos abriu mão de ganhar dinheiro com futebol. É como uma fábrica de móveis que estava endividado e, em vez de fazer promoção ou mudar alguma coisa, vendeu o maquinário. Ficou um galpão vazio, sem nada para produzir. Nosso time é razoável, não tão ruim quanto falam, mas está longe de ser um bom time. Tanto que vimos ontem na prática, contra o campeão da Libertadores."
Como pagar as dívidas e ao mesmo tempo montar um bom time?"Com o regime, a dívida está equacionada, e sabemos quais são de curto prazo e de longo prazo. O presidente já nos apresentou tudo sobre as dívidas, tem ainda da DIS, da Doyen, que estão sendo honradas. A questão principal não é equalizar, é manter o fluxo de pagamento e fazer dinheiro. Ninguém vai investir no clube de graça, temos que entender as contrapartidas. Tenho falado no mercado financeiro sobre produtos que podemos captar a médio e longo prazo, para receber a curto prazo. O Santos tinha R$ 40 milhões de cotas do Paulista, antecipou R$ 30 milhões, o que ajuda um pouco mas não faz nem cócegas na situação do clube a curto prazo. O plano de sócios está estagnado em 30 mil. A partir do dia 2 é propor uma mudança estatutária para mudar esse plano."
Ricardo Agostinho apresenta suas opções para reduzir a dívida do Santos e, ao mesmo tempo, manter um time competitivo. O candidato pretende melhorar os planos de sócios-torcedores, oferecendo opções acessíveis a todos os bolsos. Ele também considera utilizar uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF) como garantia para a construção de um estádio.
Agostinho planeja contratar novos jogadores em dezembro e tem como objetivo disputar a Libertadores em 2025, além de buscar retomar o projeto da Nova Vila Belmiro, que seria benéfico financeiramente. A manutenção seria responsabilidade da empresa parceira, permitindo que o clube invista na base e no centro de treinamento. Durante as reformas, o Santos poderia jogar em diferentes estádios.
NOVA VILA
O candidato busca retomar o projeto original da Nova Vila, que visa ter uma arena de qualidade e aumentar a renda do clube. Além disso, há planos de reforma nos Centros de Treinamento, incluindo a criação de um CT feminino. A venda de jogadores é discutida, levando em consideração a possibilidade de oferecer um projeto de carreira e melhores oportunidades. Ricardo também pretende investir nas categorias de base, buscando uma base linear e com melhor estrutura. A comissão de transição da base é uma proposta para trabalhar as deficiências dos jogadores, possibilitando o aproveitamento daqueles que estiverem prontos.
Agostinho afirmou que o treinador também participa do processo de contratações, mas não tem a palavra final. O orçamento atual do Santos para o futebol feminino é extremamente baixo. É necessário trabalhar no CT, voltar a ter parcerias na base e renovar o elenco. O futebol feminino é um investimento barato e traz retorno, mas o departamento de marketing do Santos precisa melhorar. O futsal também é uma prioridade para o candidato. Quanto aos treinadores
Marcelo Fernandes e Alexandre Gallo, serão avaliados após o campeonato. O elenco precisará ser reformulado e alguns jogadores serão emprestados.
O candidato Ricardo Agostinho planeja extinguir a comissão do clube. Ele pretende buscar parceiros fortes para investir no Santos e melhorar a situação financeira do clube. Durante a reforma da Vila, o time pode jogar no Pacaembu ou no Morumbi. Ricardo negou as acusações de racismo nas redes sociais e afirma que não vai parar de brincar.
"Claramente foi político, uma pessoa inventou. Disseram que sou racista, mas tenho filha negra, esposa negra, minha família é toda negra. Foi divertidíssimo ler isso. Dolorido, porque, de tantas coisas que pode falar de mim, dizer que sou racista? Não tem o mínimo sentido. Foi político, de outro candidato, que está tentando impugnar várias candidaturas. Eu sou quem eu sou. Se há 15 anos era de um jeito, mas hoje não é, não vou fingir que eu não era brincalhão. Vocês me conhecem, sabe que gosto de brincar, de ser feliz. Sou bem casado, realizado profissionalmente e amo o Santos, não dá para deixar de ser feliz. É natural, não vou deixar de brincar. O tempo mudou as brincadeiras, mas não podemos parar de brincar."
PRÓXIMO CONFRONTO
Na 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Santos visitará o Athletico-PR na Arena da Baixada às 18h30 horas de domingo. O Peixe, atualmente na 15ª posição com 47 pontos, busca fugir da zona de rebaixamento.
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